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Foto: Lara Asano
Foto: Lara Asano

Marcelo Tas conversa nesta terça-feira (18) com a designer e produtora de conteúdo Tabata Cristine sobre autismo. No Provoca, ela fala que autista não é anjo, sobre estereotipias, a sexualidade como um espectro e muito mais. A edição vai ao ar a partir das 22h, na TV Cultura.

Tas pergunta para ela o que o autismo não é?, e ela responde: “Anjo, um amor inocente, que não faz uma tatuagem, nunca vai usar um tipo de substância ilícita ou mentir. A gente carrega esse fardo dos anjos azuis e eu falo e repito: é muito perigoso. A partir do momento que você desumaniza uma pessoa, colocando no lugar de um anjo, você pode estar fechando os olhos para vários problemas, como o consumo de álcool e outras substâncias dentro do espectro autista”, responde.

A produtora de conteúdo explica também o que são estereotipias. “É o nome científico para movimentos repetitivos, todo mundo tem, é balançar o pezinho, rolar lápis, estalar dedos (..) o autista tem isso em um nível um pouco maior, constante e mais intenso, mas tem também a estereotipia que a pessoa se autoagride, ela começa a raspar a unha a tal ponto que se machuca, são essas estereotipias que precisam de atenção (...) muitos terapeutas tentam tirar as estereotipias porque elas não são totalmente aceitas, só que são importantes para o autista, é a forma da gente extravasar, é colocar para fora o que aqui dentro está um caos ou muito legal e a gente tem que deixar isso sair de alguma forma. É uma luta dos autistas dizer ‘não tire, permita o autista ser quem ele é’”.

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Outro assunto abordado na entrevista é sobre enxergar a sexualidade como um espectro. “Nem todo mundo é 100% hétero ou 100% gay. Os autistas enxergam muito isso, tanto que existem duas pesquisas, uma na Alemanha e outra no Canadá que já comprovaram que a questão da sexualidade é muito forte no espectro autista. É muito maior o número de pessoas que se identificam com a sigla LGBTQIAP+ do que na população em geral. A gente questiona mais, vive menos as regras sociais, têm mais facilidade para olhar para isso (...) acho que muitas pessoas não se permitem nem olhar”, diz Tabata.

Sobre Tabata Cristine

A designer foi diagnosticada tardiamente com autismo e se propõe a conscientizar sobre o autismo de forma leve e franca com seus vídeos no Instagram. Seu objetivo é romper estereótipos de autismo nos quais ela mesma não se encaixa, como a inteligência acima da média, e as disfunções auditivas – ela, inclusive, gosta de baladas com som alto.

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