O vereador Milton Leite (União Brasil), que atualmente é o presidente da Câmara Municipal de São Paulo e o prefeito em exercício da capital paulista, tendo em vista que Ricardo Nunes (MDB) não está na cidade, entregará nesta terça-feira (25) a Salva de Prata à Rede Câmara.
A honrosa condecoração, concedida a instituições de destaque, acontecerá em evento realizado no Palácio Anchieta, sede da Câmara Municipal de São Paulo, a partir das 19h, e terá pronunciamento de José Roberto Maluf, presidente da Fundação Padre Anchieta (FPA).
Vale lembrar que, em 25 de outubro, é comemorado o Dia Nacional da Democracia, que é a mesma data da morte de Vladimir Herzog.
Quem foi Vladimir Herzog?
Nascido na até então Iugoslávia em 1937, Vlado veio para o Brasil ainda criança, junto de seus pais, que tiveram que fugir do antissemitismo durante a Segunda Guerra Mundial por conta de sua origem judaica. Além de jornalista, ele também era professor e dramaturgo.
Herzog se formou em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP) em 1959. Embora seu nome de nascença fosse Vlado, ele passou a assinar seus trabalhos como Vladimir por julgar um nome mais comum para os brasileiros.
Após passar por diversos veículos de imprensa, como por exemplo "O Estado de S. Paulo" e "BBC", Herzog assumiu a direção do departamento de telejornalismo da TV Cultura nos anos 1970. Até os dias atuais, o nome do prédio responsável pelo jornalismo da emissora leva seu nome.
O jornalista também passou a atuar no movimento de resistência contra a Ditadura Militar, que visava eleições diretas e liberdade de imprensa. Seus atos, junto ao seu vínculo com o Partido Comunista Brasileiro (PCB), o colocaram como um dos principais alvos do regime da época.
Em 1975, durante o governo do general Ernesto Geisel, Vlado foi convocado para prestar um depoimento sobre suas ligações com o PCB. Após comparecer ao DOI-CODI, o jornalista ficou preso, assim como demais profissionais da área.
Dias depois, foi divulgado que o militante teria se suicidado dentro de sua cela. Os militares divulgaram uma foto de Herzog com um cinto amarrado em seu pescoço, como se ele tivesse se enforcado. No entanto, a imagem mostra que a vítima não estava a uma altura que possibilitasse o ato.
A foto se tornou uma das mais conhecidas na história do país e é utilizada para mostrar como o regime militar lidava com as críticas. Anos depois, o Governo Federal foi responsabilizado pela morte de Herzog.
Só em 2012 o registro de óbito de Herzog foi retificado. Segundo a Justiça, a "morte decorreu de lesões e maus-tratos sofridos em dependência do II Exército – SP (Doi-Codi)". O jornalista virou um marco no combate à repressão e na luta pela liberdade de imprensa.
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