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Reprodução/Facebook Tarcísio Gomes de Freitas
Reprodução/Facebook Tarcísio Gomes de Freitas

O repórter cinematográfico, que filmou o tiroteio que matou um homem e parou a campanha do candidato Tarcísio de Freitas (Republicanos) no Paraisópolis, capital paulista, concedeu entrevista exclusiva ao Jornal da Cultura e deu mais detalhes do que aconteceu naquele dia.

Logo após gravar as imagens, ele revelou que foi abordado por um servidor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que faz parte da segurança do candidato, e pediu para apagar todas as imagens do confronto.

“Você tem que apagar! Essa imagem que você filmou aqui também. Mostra o pessoal saindo, tem que apagar essa imagem. Não pode divulgar isso, não!”, disse o segurança para o jornalista.


De acordo com a reportagem publicada pelo The Intercept Brasil, o homem que pediu para o jornalista apagar as imagens foi Fabricio Cardoso Paiva. Além de exigir que as imagens do tiroteio fossem delatadas, também impediu de gravar a vítima do tiroteio.

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Em nota, a assessoria de Tarcísio afirmou que o segurança do candidato ordenou que o cinegrafista apagasse o vídeo no mesmo local onde estava toda a imprensa. Segundo o jornalista, não foi assim que aconteceu.

“Num determinado momento, alguém chega e fala assim: ‘vamos ali em cima’, que tem um...ele falou o nome, o Pavani, que o Pavani quer falar com você. Pensei comigo: ‘o que tá acontecendo?’. Na dúvida, eu peguei meu celular e comecei a gravar. Eram dois lances de escada e eu comecei a gravar a conversa. Foi uma conversa de pé de ouvido mesmo”, contou.

Em nota, a Abin explicou que há apenas um servidor licenciado acompanhando o candidato na campanha eleitoral. Porém, nas imagens feitas pelo repórter, é possível ver outro funcionário trabalhando no local.

“A agente federal que até então se identificava como assessor do Tarcisio, que é o policial federal Campetti”, revela.

Danielo Cesar Campetti participou da segurança do então candidato Jair Bolsonaro na campanha presidencial de 2018. Ele estava em Juiz de Fora no dia da facada dada por Adélio Bispo dos Santos.

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Durante o mandato de Bolsonaro, Campetti foi contratado pela Abin.

Após todo episódio envolvendo o tiroteio, o repórter pediu demissão da Jovem Pan e admite que está com medo de sofrer uma represália.

“Eu tenho medo não por mim, mas pela minha família. Minha esposa grávida, pouco menos de um mês, a nossa filha pode nascer. Estava fazendo meu trabalho. Nós, jornalistas, não temos arma. A nossa arma é o aparelho celular, uma câmera, um papel e uma caneta”, concluiu.