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“Uma fábrica de monstros”, diz Angelo Canuto no Provoca sobre o sistema penitenciário

Nascido na favela, o empresário, ex-policial e ex-presidiário participa da edição que vai ao ar nesta terça-feira (8)


08/11/2022 12h02

Marcelo Tas conversa com o empresário de cantores e jogadores Angelo Canuto no Provoca desta terça-feira (8), que vai ao ar às 22h. Nascido na favela, o ex-policial e ex-presidiário fala sobre a desigualdade presente em regiões periféricas e suas vivências no sistema penitenciário.

Nascido na zona leste de São Paulo, em Guaianazes, ele compartilha momentos marcantes de sua história de vida, como ter tido uma relação de pai e filho com o traficante de seu bairro, que o incentivou a não seguir pelo mesmo caminho: "Foi o cara que me ensinou a lei da favela, a me comportar. Ajudou a formar o meu caráter enquanto homem. Eu via na pessoa dele um porto seguro, era o cara que me orientava, que me ajudava", revela.

Canuto ainda conta porque foi preso novamente pela Polícia Federal (PF). “Envolvimento no tráfico internacional, no Porto de Santos. Em 2004, eu fiquei preso no pavilhão que era parede com o pavilhão de estrangeiros e um desses estrangeiros veio morar no nosso pavilhão aleatoriamente (...) Depois, em liberdade, eu recebo uma ligação, e ele me propõe algo no sentido do tráfico internacional e eu mergulho, uma troca de favores porque um dia eu ajudei ele, e quando ele me falou dos números, das cifras, foi algo que me impressionou”.

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O empresário comenta na entrevista sobre a situação dentro das prisões. “É uma fábrica de loucura, uma fábrica de monstros, é o fim do mundo. Você não estuda, come mal (...) fiquei preso em presídios com 10 camas e 60 presos, a água racionada, banho de sol de 50 minutos por semana. Imagina você 24h por dia dentro de uma cela sem televisão, rádio e livro. Quando tinha acesso, era uma vez a cada 15 dias”, aponta.

Tas lhe pergunta: tem muita gente que está no mundo do crime querendo sair? E ele responde: “É gigantesco, basta ter uma oportunidade séria, verdadeira e que haja paciência para ajudar, porque, às vezes, a pessoa não está preparada, nasceu no berço da miséria e do crime e tem isso como algo natural.

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