MPs acreditam que empresários financiam atos antidemocráticos
Integrantes dos Ministérios Públicos (MPs) de SP, SC e ES se reuniram com o ministro Alexandre de Moraes
08/11/2022 14h43
Integrantes dos Ministérios Públicos (MPs) de São Paulo, Santa Catarina e Espírito Santo se reuniram nesta terça-feira (8) com o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para falar sobre os bloqueios em estradas e manifestações em frente aos quartéis das Forças Armadas.
Para os chefes dos MPs, há indícios de movimentos de “organização criminosa, que atentam contra a democracia” e ainda afirmam ter identificado ligação entre financiadores por todo o país.
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Os procuradores-gerais de Justiça dos MPs de São Paulo, Mario Sarrubo; de Santa Catarina, Fernando Comin; e do Espírito Santo, Luciana Andrade, entregaram a Moraes dados ao longo dos movimentos. Segundo eles, empresários participam dos movimentos nos três estados.
Os integrantes relatam que os empresários financiam barracas, banheiros químicos, alimentação, entre outros.
“Há um movimento organizado, de financiamento, que começou com as estradas e depois, com a reação das forças de Estado, eles [manifestantes] se movimentaram e foram para frente de quartéis”, disse Sarrubbo. “A partir daí estamos entendendo esse fluxo, para que essas pessoas possam responder na esfera criminal”, afirma.
“Na nossa visão há uma grande organização criminosa, com funções definidas, financiadores, arrecadadores. Tem várias mensagens com número do pix para que mais pessoas possam abastecer financeiramente”, destacou o procurador-geral de Justiça de São Paulo.
As manifestações antidemocráticas começaram um dia após o resultado das eleições, quando Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT) foi eleito com 50,90% dos votos, 60.345.999 de eleitores escolheram o petista. 1.769.678 (1,43%) votaram em branco, houve 3.930.765 (3,16%) de votos nulos, e 20,59% de abstenções.
Lula venceu o presidente Jair Bolsonaro (PL), o atual chefe do Executivo recebeu 58.206.354 votos, 49,10%. Segundo os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi a decisão mais acirrada da história após a redemocratização. Além disso, é a primeira vez que um presidente perde uma reeleição.
Os apoiadores de Bolsonaro não aceitaram o resultado e pedem intervenção federal, o que é considerado um ato antidemocrático.
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