Fundação Padre Anchieta

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Reprodução/Elaine Menke/Câmara dos Deputados
Reprodução/Elaine Menke/Câmara dos Deputados

O Ministério Público Federal pediu o afastamento do diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, por 90 dias. O MPF argumenta que ele fez uso indevido do cargo.

Segundo o órgão, Vasques pediu votos irregularmente para o presidente Jair Bolsonaro.

"A vinculação constante de mensagens e falas em eventos oficiais, entrevista a meio de comunicação e rede social privada, mas aberta ao público em geral, tudo facilmente acessível na internet, sempre associando a própria pessoa do requerido à imagem da instituição PRF e concomitantemente à imagem do Chefe do Poder Executivo federal e candidato a reeleição para o mesmo cargo, denotam a intenção clara de promover, ainda que por subterfúgios ou mal disfarçadas sobreposição de imagens, verdadeira propaganda político-partidária e promoção pessoal de autoridade com fins eleitorais", afirma o Ministério Público.

No pedido, os procuradores apontam ainda uma postagem de Silvinei Vasques. Um dia antes do segundo turno das eleições, ele publicou uma foto da bandeira do Brasil e escreveu: “Vote 22”. O post foi apagado depois.

"Não é possível [...] dissociar da narrativa desta inicial a possibilidade de que as condutas do requerido, especialmente na véspera do pleito eleitoral, tenham contribuído sobremodo para o clima de instabilidade e confronto instaurado durante o deslocamento de eleitores no dia do segundo turno das eleições e após a divulgação oficial do resultado pelo TSE", diz outro trecho da ação.

O MPF havia aberto um inquérito contra Vasques por prevaricação. O pedido foi feito para investigar a conduta dele durante o segundo turno das eleições, em 30 de outubro, quando a corporação realizou ações contra o transporte público de eleitores, principalmente no Nordeste.

Além disso, o inquérito também pedia uma apuração sobre os bloqueios de rodovias federais promovidos por bolsonaristas, que não aceitaram o resultado das urnas.