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O câncer da pele é uma doença provocada pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Essas células se dispõem formando camadas e, de acordo com as que forem afetadas, são definidos os diferentes tipos de câncer.

As estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca) indica que o Brasil deve registrar 177 mil novos casos de câncer de pele não melanoma, o mais comum e menos agressivo, sendo 83,7 mil em homens e 93,1 em mulheres. As populações das regiões Sul, Centro-Oeste e Sudeste serão as mais afetadas pela doença.

Já o câncer de pele melanoma, tipo mais grave da doença, deve se manifestar em 8,5 mil brasileiros em 2022. Esse tipo de câncer é tratado por intervenção cirúrgica ou por quimioterapia. O Inca aponta que quase 2 mil pessoas devem morrer em decorrência da doença.

A exposição solar excessiva é o principal fator de risco para o câncer de pele. As pessoas que se expõem ao sol de forma prolongada constituem o grupo com maior risco de contrair câncer de pele. É necessário que a população desenvolva hábitos de proteção contra o sol.

Para colaborar com a conscientização da população sobre a importância da proteção da pele, é realizada em todo território nacional a campanha “Dezembro Laranja”, que tem como objetivo reforçar os cuidados contra o câncer de pele e informar a população sobre os perigos da doença.

O site da TV Cultura conversou com Mário Abatemarco, farmacêutico com mestrado e doutorado em microbiologia e professor de cosmetologia e tecnologia farmacêutica. Ele indica o principal cuidado para prevenção da doença.

“Tem que passar protetor solar, independente se o câncer for menos ou mais agressivo.Todos têm como fator de risco a exposição à radiação ultravioleta”, diz.

O farmacêutico relata que muitas pessoas não tem o hábito de usar protetor e as que têm costume de utilizar o produto passam da maneira errada por dois motivos: não usam na quantidade adequada ou não reaplicam o protetor depois.

“Para que tenha o FPS rotulado no produto, a quantidade de protetor solar que deve ser aplicada na pele é de 1 grama. Para calcular você pode usar uma colher de chá ou preencher a ponta do dedo completamente para formar um escudo na pele. Passando menos que isso, vai ser um FPS menor que o do rótulo. E precisa ser reaplicado. A pessoa passa de manhã e tem sudorese vai tirando o produto da pele”, afirma.

Sudorese ou hiperidrose é uma condição médica cuja principal característica é a transpiração em excesso. O aumento pode decorrer do aumento da temperatura, da realização de exercícios físicos e por estresse.

Abatemarco orienta que em casos de transpiração em excesso é necessário sempre reaplicar o protetor solar. Pessoas que trabalham debaixo de sol precisam reaplicar mais vezes em comparação a quem trabalha dentro do escritório, pois ela vai suar mais e remover o produto. Além de aplicar novamente todas as vezes que sair do mar ou da piscina.

E recomenda a usar protetor solar mais oleoso na praia, piscina ou para quem trabalha exposto ao sol, assim o produto será menos removido da pele com o suor. Se não for o caso, quanto mais seco for o filtro melhor, assim não deixa a pele oleosa.

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O protetor solar é o principal produto para a saúde da pele mas não é o único. “Precisamos ter alguns cuidados básicos para manter a pele mais hidratada possível. Para isso pode ser feita a hidratação com uso de cosméticos”, diz. O profissional alerta para o consumo de água. "Por melhor que seja o cosmético, se você não faz uma ingestão adequada de água, não vai resolver. Além de ter uma boa alimentação, que influencia na hidratação da pele.”, continua o profissional.

Peles claras precisam de um protetor solar com FPS (fator de proteção solar) mais alto do que peles negras. A pele negra já tem o filtro solar natural que é a melanina, mas também precisam fazer uso.

O professor explica que todos podem usar o produto, a menos que a pessoa tenha alguma hipersensibilidade a algum tipo de componente presente no protetor solar. Sendo assim, o médico consegue identificar o que está promovendo alergia no paciente, ele consegue passar um protetor solar que só tenha filtros físicos, que são menos alergênicos em comparação ao filtro químico.

“Precisamos usar o protetor solar mesmo no inverno e/ou em dias nublados. Basicamente, temos dois tipos de radiação ultravioleta, a UVB e UVA, ambas são cancerígenas. Entretanto a radiação UVB tem menor incidência em dias nublados, mas a UVA não, que é praticamente constante o ano inteiro. Além de causar câncer, ela promove o escurecimento da pele e envelhecimento precoce, por isso o filtro precisa ser passado o ano inteiro”, afirma.

Protetor solar em cápsulas

Importante ressaltar que ele não substitui o protetor solar de pele, é apenas um complemento. “Ele possui algumas substâncias com potente ação antioxidante que neutralizam os radicais livres formados na pele pela ação da radiação ultravioleta. Esse protetor em cápsula é uma mistura de vários antioxidantes”, diz o farmacêutico.

Quando a radiação ultravioleta incide sobre a pele, ela forma radicais livres que vão atacando as proteínas da pele, que dão sustentação, deixam mais elástica e dão brilho. Destruindo essas proteínas, acaba deixando a pele envelhecida e com maior propensão a ter rugas. Essas substâncias vão neutralizar a ação destes radicais.

“Mesmo a pessoa passando protetor solar, ele não vai bloquear 100% a radiação ultravioleta, não existe bloqueador solar, ele vai minimizar mas um percentual de radiação acaba incidindo sobre a pele e com isso acaba formando os radicais livres. Então, tomando esse protetor em cápsulas, as substâncias neutralizam os radicais”.

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