O Roda Viva entrevista, nesta segunda-feira (30), a escritora e jornalista filipina Maria Angelita Ressa.
No programa, a jornalista foi questionada se os Estados Unidos é um parceiro confiável, após apoiar a ditadura nas Filipinas, ou países como o Brasil deveria buscar relações para fortalecer nossa democracia.
“Eu acho que nos tornamos um mundo multilateral, mas a ONU não topou esse desafio. É um retrocesso, se você observar o Conselho de Segurança Nacional, ele não é constituído por democracias. O mundo ainda está inclinado para regimes autoritários ditatoriais, para o fascismo”.
“Mas, agora, em um nível celular, grupos de inteligência costumavam fazer isso em uma escala social mas nunca em um nível celular da democracia, ou seja, no nível pessoal. Isso que tem que acabar. Agora essas empresas americanas estão sendo substituídas por uma empresa chinesa: Tiktok, pelas dancinhas”, afirma a escritora.
Criadora do maior portal de notícias das Filipinas, o Rappler, Maria Ressa foi a principal opositora à gestão autoritária do então presidente Rodrigo Duterte, que deixou o cargo no ano passado.
Ela e outros jornalistas denunciaram uma série de crimes e abusos realizados sob seu comando, sobretudo o assassinato de cidadãos suspeitos de tráfico de drogas e a disseminação de desinformação para manipular a população.
Ressa foi perseguida, presa e ameaçada de morte em rede nacional. Em 2021, a jornalista foi uma das ganhadoras do prêmio Nobel da Paz, junto com o com o jornalista russo Dmitry Muratov, por seus esforços para salvaguardar a liberdade de expressão.
A bancada de entrevistadores é formada por Adriana Ferreira Silva - jornalista e escritora; Cecília Olliveira - jornalista do Intercept Brasil; Jefferson Barbosa - editor do Perifa Connection; Katia Brembatti - presidente da Abraji; e Patrícia Campos Mello - jornalista da Folha de S.Paulo.
Assista o programa completo:
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