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Divulgação/Ministério da Saúde
Divulgação/Ministério da Saúde

A situação de urgência na Terra Indígena Yanomami ocasionou o fim antecipado da missão exploratória e a declaração de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin) na região. É o que aponta o Relatório Preliminar da Missão Yanomami, com dados levantados entre 15 e 25 de janeiro de 2023, divulgado nesta terça-feira (7) pelo Ministério da Saúde. Os principais problemas encontrados foram estruturas de atendimento em condições precárias, falta de profissionais e uma desassistência generalizada.

Os dados são do Ministério da Saúde. A equipe partiu de uma denúncia de três óbitos de crianças que ocorreram entre 24 e 27 de dezembro de 2022. Dessas, duas tinham cerca de um ano de idade e a outra tinha 10 meses. O documento destaca que, na ocasião, chegaram a ser abertos 17 chamados aeromédicos para casos graves que exigiam transporte imediato. Já em janeiro, a equipe da missão exploratória constatou pelo menos dez remoções por dia, sendo que 23 crianças foram resgatadas de uma só vez em uma delas.

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Além disso, a situação em toda a TI Yanomami é de insegurança, com quatro polos de atendimento fechados na região de Surucucu e três em outras localidades, devido a graves ameaças. A equipe constatou, inclusive, que um dos polos foi reformado, mas não pode ser aberto. Com uma equipe de profissionais de saúde menor que o necessário, o diagnóstico situacional apontou também que não havia preparo para lidar com situações de urgência e emergência, uma vez que a vocação dos polos é o atendimento à atenção primária.

Outro fator que dificultou o atendimento às pessoas na região foi a falta de insumos, em especial, medicamentos. As remoções de urgências necessitam de insumos como carrinho de parada, oxigênio medicinal em cilindro pequeno, desfibrilador automático externo (DEA), suporte de soro — nada disso estava à disposição da equipe no momento do trabalho de campo.

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No relatório, os profissionais concluíram que as principais causas de óbitos são situações preveníveis, em especial a desnutrição. Outro problema encontrado foi a queda paulatina das coberturas vacinais, que passaram de mais de 80% em 2018 para 66% em 2019, 68% em 2020, 73% em 2021 e 53% em 2022.