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Gupo de especialistas e sambistas que formam o Observatório Permanente e Multidisciplinar de Combate ao Racismo no Carnaval das Escolas de Samba Paulistanas entregaram nesta terça-feira (28) uma carta de reivindicações ao presidente da Liga das Escola de Samba de São Paulo, Sidnei Carriuolo. Em declaração, as entidades pedem penalização por fala racista do Mestre Adamastor momentos antes do desfile acontecer no Sambódromo do Anhembi.

Antes da entrega oficial do documento, o grupo fez diversas considerações contrárias à fala do presidente da Escola de Samba X-9 Paulistana, Reginaldo Tadeu Batista de Souza, conhecido como Mestre Adamastor. “Viemos dizer da nossa indignação e cobrar as medidas cabíveis divulgadas em nota oficial pela Liga, que deve uma resposta à comunidade do samba, à história negra do samba e a toda sociedade que assistiu pela transmissão da Liga das Escolas de Samba aquele pronunciamento lamentável. Nada foi tirado de contexto, houve uma expressão que banalizou um símbolo de resistência da luta negra”, disse a jornalista Claudia Alexandre.

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O encontro ocorreu na sede da entidade, a Fábrica do Samba, localizada na zona oeste de São Paulo. Estavam presente as jornalistas Adriana Terra e Claudia Alexandre; o historiador Bruno Baronetti; o radialista Moisés da Rocha, o sociólogo Tadeu Kaçula e o cantor Thobias da Vai-Vai. Participaram ainda os representantes da Comissão da Igualdade Racial da OAB-SP, Faculdade Zumbi dos Palmares, Associação Nacional da Advocacia Negra do Brasil, Conselho de Participação da Comunidade Negra do Estado de São Paulo, Comissão dos Jornalistas pela Igualdade Racial do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo, UNAFRO-Universidade Afro-Brasileira, Coletivo Acadêmicas do Samba e Procon Racial de São Paulo. 

O sociólogo Tadeu Kaçula lembrou que há muito tempo o tema do “embranquecimento” no samba é algo que vem a tona e vem apontando o risco do apagamento da história e das narrativas negras do nosso patrimônio cultural do Carnaval. 

“Quando um dirigente se manifesta banalizando um gesto de luta, num espaço do povo do samba, numa festa oficial da cidade de São Paulo, patrocinada a partir de um investimento público, incita sua comunidade a repetir um gesto e faz uma fala que vai contra o próprio tema enredo que homenageia uma personalidade negra como foi a Dona Ivone Lara, significa que essa pessoa não tem empatia com os fundamentos de uma escola de samba”, afirmam em manifesto. 

O presidente Sidnei Carriuolo ratificou a posição da Liga em repudiar a fala do presidente da Escola de Samba X-9 Paulistana e prometeu discutir as reivindicações em uma reunião. Autoridades adiantam que as mudanças no regulamento e uma campanha de conscientização seriam pontos já aprovados. Uma nova reunião com o Observatório será marcada para alinhamento da campanha e formalização da decisão em relação ao Mestre Adamastor.

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