O Ministério Público de Paris informou nesta quinta-feira (27) que entrou com recurso contra a decisão judicial que declarou inocente a fabricante dos aviões Airbus e a Air France de "homicídio involuntário" no caso do acidente com o voo AF447 Rio-Paris, em 2009, que deixou 228 mortos.
Em abril, a Justiça francesa absolveu as duas companhias por considerar que apesar de terem cometido “falhas”, não foi possível demonstrar "nenhuma relação de causalidade" segura com o acidente.
Na prática, a Justiça acredita que nenhum problema técnico do avião provocou a queda da aeronave, que caiu sobre o Oceano Atlântico no dia 1º de junho de 2009 após passar por uma turbulência severa.
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Em 2011, investigadores franceses afirmaram que os pilotos responderam "com falha" a um problema envolvendo sensores de velocidade congelados e, por conta disso, a aeronave entrou em queda livre e não conseguiu responder aos alertas de estol, quando o avião perde a capacidade de voar.
O juiz do tribunal criminal de Paris listou vários atos de negligência de ambas as empresas ao anunciar o veredicto do julgamento, mas disse que eles ficaram "aquém da certeza necessária para estabelecer responsabilidade firme pelo pior desastre aéreo".
"Um provável nexo causal não é suficiente para caracterizar um delito", disse o juiz ao tribunal lotado.
Este foi o primeiro julgamento da França por homicídio involuntário corporativo. A multa máxima nesses casos é de 225 mil euros (cerca de R$ 1,21 milhão). Ambas as empresas se declararam inocentes das acusações.
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