Em sessão no Tribunal Superior Eleitoral, nesta quinta-feira (27), os ministros do Supremo Tribunal Federal Nunes Marques e Cármen Lúcia protagonizaram uma discussão envolvendo a cota de gênero na política.
Os ministros analisavam um caso de fraude no cumprimento da cota de gênero nas eleições de 2020 para vereador em Itaiçaba, no Ceará. Uma candidata do município alegou ter sido abandonada pelo partido, que, segundo ela, só queria preencher a cota mínima de 30% de mulheres, exigida por lei.
Confira a reportagem do Jornal da Cultura sobre o tema, e assista ao vídeo da discussão dos ministros do STF:
Sobre o caso analisado, o ministro Nunes Marques afirmou que era preciso ter empatia para com as mulheres na política. “A gente precisa ter um pouco de empatia com essas mulheres, que se candidatam e são abandonadas pelo partido. Nunca participaram de uma campanha eleitoral e não sabem como percorrer esse caminho durante o pleito (...) não é fácil para uma mulher do povo, simples, se candidatar e ter nove votos numa cidade dessa”, comentou.
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Após esta fala, a ministra Cármen Lúcia, que já havia votado, interrompeu o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, e pediu a palavra. Ela criticou o discurso de Marques.
“O que a gente quer, nós, mulheres, não é empatia. É respeito aos nossos direitos, mas é preciso que, e é essa educação que a Justiça Eleitoral tem a tradição de oferecer, de reconhecê-la como pessoa dotada de autonomia e capaz, sem precisar de ser amparada e cortejada. é isso que nós mulheres não queremos, ministro. com todo respeito”, rebateu.
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Assista também a análise da advogada Claudia Luna, no Jornal da Cultura desta quinta-feira (27), sobre a discussão entre a ministra Cármen Lúcia e o ministro Nunes Marques:
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