Jonathan Franzen diz desconfiar de mecanismos de regulação da internet: "sou um defensor bem radical da liberdade de expressão"

O Roda Viva recebe o romancista estadunidense Jonathan Franzen nesta segunda-feira (5).

Durante a entrevista, Franzen é questionado sobre o que fazer com os discursos de ódio e notícias falsas que trafegam nas redes sociais. O escritor defende que, apesar da internet abrigar conteúdos lamentáveis, "não existe um filtro neutro" para determinar o que deve e o que não deve ser debatido ou falado.

"Sim, há extremismos que são bem fáceis de filtrar, mas diferentes pontos de vista, como a ideia de que vacinas prejudicam as pessoas, ou que os americanos estão construindo na Ucrânia fábricas de armas biológicas, e que a Rússia está certa em atacar a Ucrânia… Bom, não acredito que essas coisas são verdade, mas elas devem ser filtradas? Como se faz isso? Quem decide?”, questiona o romancista.

Franzen afirma que adoraria “tirar todo o lixo” de redes sociais como o Twitter e o Facebook, mas defende que não é possível fazê-lo sem impor seus próprios valores, dos quais ele desconfia.

“Acho que sou um defensor bem radical da liberdade de expressão, e meu sentimento é que isto está vindo ao mundo, e a única maneira de nos livrarmos disso é as pessoas individualmente dizerem: ‘eu não gosto do que isso está fazendo com a minha vida’”, diz.

Participam da bancada de entrevistadores Pedro Pacífico, advogado e produtor de conteúdo literário, Carlos Graieb, diretor do portal O Antagonista e da revista Crusoé, Gabriela Mayer, jornalista, crítica literária e apresentadora do podcast Café da Manhã, da Folha de S.Paulo, Ruan de Sousa Gabriel, repórter do jornal O Globo, e Ubiratan Brasil, editor do Caderno 2, do jornal O Estado de S.Paulo.

Assista ao programa completo:

Com apresentação de Vera Magalhães, o programa será exibido a partir das 22h na TV Cultura, no app Cultura Play, no site da emissora e nas redes sociais YouTube, Tik Tok, Twitter e Facebook.