Roberto Campos Neto afirmou nesta quinta-feira (10) que o Banco Central avalia alternativas para reduzir a inadimplência nas operações com cartão de crédito. Essa situação acontece quando o cliente não paga o valor total da fatura e empurra a divida para o mês seguinte. Segundo a instituição, a inadimplência do crédito atinge cerca de 50% das operações.
Uma das alternativas avaliadas, segundo Neto, seria extinguir o rotativo do cartão.
"A solução está se encaminhando para que não tenha mais rotativo, que o crédito vá direto para o parcelamento. Que seja uma taxa ao redor de 9% [ao mês]. Você extingue o rotativo. Quem não paga o cartão, vai direto para o parcelamento ao redor de 9% [ao mês]", declarou Campos Neto.
Atualmente, os juros desse tipo de crédito são considerados muito altos e, em certa medida, abusivo, de acordo com muitos especialistas. Em junho, os juros atingiram 440% ao ano, a maior taxa do mercado financeiro.
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Campos Neto também disse estar incomodado com o atual sistema de financiamento do cartão de crédito, que permite aos clientes parcelar suas compras em até 13 parcelas sem juros. Assim como o juros, é algo que não existe em outros países. Ele explicou que o Banco Central estuda em criar algum tipo de "tarifa" para desincentivar a compra desenfreada no crédito.
"Não é proibir o parcelamento sem juros. É simplesmente tentar que fique um pouco mais disciplinado. Não vai afetar o consumo. Lembrando que cartão de crédito é 40% do consumo no Brasil", explicou.
Outra alternativa seria limitar os juros no cartão de crédito rotativo. Porém, essa é a proposta mais difícil, pois os bancos poderiam retirar o crédito dos correntistas com “maior risco”.
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Campos Neto informou que a proposta do Banco Central para o cartão de crédito rotativo deve ser apresentada nas próximas semanas.
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