Fundação Padre Anchieta

Custeada por dotações orçamentárias legalmente estabelecidas e recursos próprios obtidos junto à iniciativa privada, a Fundação Padre Anchieta mantém uma emissora de televisão de sinal aberto, a TV Cultura; uma emissora de TV a cabo por assinatura, a TV Rá-Tim-Bum; e duas emissoras de rádio: a Cultura AM e a Cultura FM.

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Pexels\Shvets Production
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O Dia Nacional do Surdo é comemorado nesta terça-feira (26) no Brasil. A data é considerada essencial para ampliar a visibilidade das pessoas com deficiência auditiva, que defendem a garantia e a manutenção dos seus direitos no país.

Para promover a inclusão desse público no ambiente de trabalho, a TV Cultura oferece, desde 2021, um curso gratuito de Libras (Língua Brasileira de Sinais) para todos os seus colaboradores.

De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), existem mais de 10 milhões de pessoas surdas no território nacional. Segundo a coordenadora do núcleo de acessibilidade da TV Cultura (Flicts), Fernanda Sabino, há oito funcionários surdos na emissora, o que ampliou a necessidade de um programa institucional para proporcionar a inclusão desses colaboradores.

“A gente decidiu criar o curso porque nós percebemos que tinha um problema de comunicação interna na TV, que não permitia com que as pessoas surdas conseguissem se comunicar efetivamente. Na programação da TV Cultura existe há algum tempo várias formas para promover a acessibilidade, como a tradução em Libras e audiodescrição. Então a gente pensou: ‘por que a acessibilidade deveria ficar só na programação?’. Assim, com o curso queremos promover a acessibilidade de dentro para fora”, afirma Sabino.

Fernanda também alega que, a partir dessa iniciativa, a TV conseguiu promover uma igualdade em seu ambiente corporativo, isto é, consegue fazer com que as regras de convivência sejam aplicadas sem distinção aos funcionários.

“Teve algumas situações aqui no convívio da emissora em que ocorreu essa falta de comunicação, como, por exemplo, alguns surdos tinham dificuldade para saber onde deixar o carro no estacionamento, para pedir algo na cantina ou até tirar alguma dúvida com o RH”, revela.

Só no primeiro semestre deste ano, mais de cem colaboradores se matricularam no curso de Libras da TV Cultura. Dentre essas pessoas, está a porteira Edilene Marques, de 28 anos. “Eu me interessei a fazer curso de Libras porque nós sempre recebemos funcionários que são surdos e a gente não conseguia se comunicar com eles. A gente sempre tinha que escrever em papelzinho”, declara.

“Teve um dia que eu consegui atender todos os visitantes que eram surdos. Foi muito legal, gratificante. Eu vi a felicidade deles por ter alguém na porta de entrada da TV Cultura para poder atendê-los”, conta Edilene.

Todos os professores do curso de Libras da emissora possuem deficiência auditiva, o que, segundo uma das docentes surdas do projeto, Adriana Horta, “promove ainda mais a representatividade, porque, os professores sendo surdos, já participam e vivenciam a cultura surda”.

“Eu me sinto radiante trabalhando na TV Cultura porque eu nunca estou sozinha, a comunicação flui aqui. Desde o momento que eu passo na catraca de entrada, todo mundo já sabe sinalizar ‘bom dia’ e ‘boa tarde’ em Libras. Eu me sinto acolhida dessa forma, com todo mundo se esforçando para aprender, isso é muito gostoso”, declara Adriana.