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InfoGripe: casos de Covid-19 diminuem no Sul, mas mantém crescimento em alguns estados

Novo boletim da Fiocruz aponta para sinal de queda de SRAG na tendência de longo prazo


23/11/2023 15h45

O novo Boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) aponta para um sinal de queda de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) na tendência de longo prazo e de estabilidade na de curto prazo.

O balanço divulgado nesta quinta-feira (23) mostra que a SRAG continua a impactar mais os extremos das faixas etárias analisadas, ou seja, enquanto apresenta impacto mais elevado nas crianças até dois anos, em termos de mortalidade ocorre o inverso, com a população a partir de 65 anos sendo a mais impactada.

Referente à Semana Epidemiológica (SE) 46, período de 12 a 18 de novembro, a atualização tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 20 de novembro.

No público infantil, estão associados a diferentes vírus respiratórios, tais como o rinovírus, o Sars-CoV-2 (Covid-19), o vírus sincicial respiratório (VSR) e o adenovírus. Enquanto nos idosos, as ocorrências são principalmente em consequência da Covid-19.

O estudo verificou que os dados por faixa etária apontam interrupção no sinal de crescimento de casos de SRAG na população adulta e queda em crianças e adolescentes. Em relação aos adultos e, principalmente, aos idosos, esse indício é reflexo da queda ou estabilização associados à Covid-19 em estados das regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, embora em alguns estados do país como Bahia, Minas Gerais e Santa Catarina ainda se verifique aumento. Os casos de influenza, VSR e rinovírus mantém sinal de queda ou estabilidade.

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Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos com resultado positivo para vírus respiratórios foi de 1,3% para influenza A, 0,3% para influenza B, 9,1% para VSR e 64,1% para Covid-19. Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de 0%, 2,2%, e 92,3%, respectivamente.

Segundo o boletim, oito unidades federativas apresentam indícios de crescimento na tendência de longo prazo: Alagoas (AL), Amazonas (AM), Amapá (AP), Maranhão MA), Pernambuco (PE), Minas Gerais (MG), Rio Grande do Sul (RS) e Santa Catarina (SC). Nos três últimos, o crescimento foi verificado nas faixas etárias da população adulta, decorrente da Covid-19. Na Bahia, também se observa o mesmo. Na BA, RS e SC, já se observa sinal de desaceleração nesse crescimento, embora ainda sem interrupção ou reversão da tendência.

No Paraná (PR), há sinal de interrupção no aumento em idosos decorrente de Covid-19. No Rio de Janeiro (RJ) e em São Paulo (SP), mantém-se o sinal de queda. No AM, AP e MA, o crescimento é lento e concentrado em crianças, sem resultado laboratorial suficiente para identificação de possível agente causador.

Em PE, observa-se sinal de ligeiro crescimento tanto em crianças quanto em idosos, mas em estágio inicial e que ainda pode estar associado à oscilação.

Entre as capitais, seis apresentam sinal de crescimento: Fortaleza (CE), Macapá (AP), Porto Alegre (RS), Recife (PE), São Luís (MA) e Vitória (ES). Em Recife, o cenário é similar ao destacado para o estado, com indícios de ligeiro crescimento recente nas crianças e idosos.

Em Porto Alegre, o sinal recente é apenas em crianças e pré-adolescentes. "O aumento associado à Covid-19 nesta capital entre os idosos dá sinal de interrupção, assim como em Belo Horizonte, Curitiba e Salvador", informa Marcelo Gomes, pesquisador do Programa de Iniciação Científica (Procc/Fiocruz) e coordenador do InfoGripe.

Já em São Paulo, há indícios de queda lenta, o que mantém a reversão em relação ao aumento da Covid-19 com início em setembro. Em Fortaleza e Vitória o sinal ainda é compatível com oscilação.

Casos de SRAG no país

No ano foram notificados até o momento 161.154 casos de SRAG, sendo 63.458 (39,4%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório e 81.573 (50,6%) negativos.

Dentre os casos positivos do ano corrente, 7,4% são de influenza A, 3,9% de influenza B, 34,1% de VSR e 33,5% de Covid-19.

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