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Há mais de três anos, Bebianno falou sobre plano de Carlos Bolsonaro para criar "Abin Paralela"

Vereador do Rio de Janeiro e filho do ex-presidente da República foi um dos alvos de operação da Polícia Federal que investiga uso ilegal da Agência Brasileira de Inteligência


29/01/2024 21h10

A Polícia Federal cumpriu nesta segunda-feira (29) mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos). A operação investiga o uso ilegal da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), a chamada “Abin Paralela”.

Há mais de três anos, em março de 2020, Gustavo Bebianno, ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República no governo de Jair Bolsonaro (PL - RJ), afirmou no programa Roda Viva que Carlos Bolsonaro tinha planos de criar uma agência de inteligência irregular porque não confiava na instituição republicana.

“Um belo dia, o Carlos [Bolsonaro] me aparece com o nome de um delegado federal e de três agentes que seriam uma Abin paralela, porque ele não confiava na Abin. O general Heleno foi chamado, ficou preocupado com aquilo, mas o general Heleno não é de confrontos, e o assunto acabou ali, com o general Santos Cruz e comigo. Nós aconselhamos ao presidente [Bolsonaro] que não fizesse aquilo de maneira alguma, porque, muito pior que o gabinete do ódio, aquilo também seria motivo pra Impeachment. Depois eu saí [do governo], não sei se isso foi instalado ou não”, disse à época.

Relembre:


Leia também: Bolsonaro nega a "Abin Paralela" e diz que operação tem “como objetivo esculachar"

Gustavo Bebianno morreu em 14 de março de 2020, em decorrência de um infarto.

As buscas e apreensões da PF no âmbito da operação “Vigilancia Aproximada”, que investiga um suposto esquema de espionagem ilegal na Abin busca definir quem seriam os beneficiários, e partiu de provas coletadas no celular do deputado federal, Alexandre Ramagem (PL - RJ).

A Polícia Federal apura se uma organização criminosa na agência teria sido responsável por monitorar, sem ordem judicial, autoridades e outros alvos, além de produzir relatórios que teriam dado apoio a filhos do ex-presidente que estavam sob investigação.

O grupo teria usado a ferramenta israelense First Mile para acompanhar a movimentação das pessoas a partir de dados de celular. Foram mais de 60 mil consultas entre fevereiro de 2019 e abril de 2021.

Carlos Bolsonaro não se pronunciou sobre os fatos.

Leia também: Eduardo Bolsonaro ataca Alexandre de Moraes e diz que operação da PF é “imoral”

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