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Bolsonaro tinha conhecimento da minuta que previa golpe de Estado e pediu alterações, diz PF

Informações justificaram operação "Tempus Veritatis”, que mira o ex-presidente da República


08/02/2024 10h53

Relatório da Polícia Federal (PF) afirma que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teve participação direta na elaboração da minuta golpista e pediu alterações nela. A informação está na decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou as prisões e buscas contra ex-ministros e ex-assessores bolsonaristas.

“Posteriormente foram realizadas alterações a pedido do então Presidente, permanecendo a determinação de prisão do Ministro Alexandre de Moraes e a realização de novas eleições. Nesse sentido, era relevante para os investigados monitorarem o Ministro Alexandre de Moraes para executarem a pretendida ordem de prisão, em caso de consumação do Golpe de Estado”, diz um trecho da representação da PF que consta na decisão de Moraes.

Além disso, as investigações da PF indicam que Bolsonaro recebeu uma cópia da minuta de Filipe Martins, assessor do presidente e preso na manhã de hoje, e Amauri Saad, advogado apontado como responsável por redigir o texto.

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O relatório também afirma que a minuta detalhava supostas interferências do Poder Judiciário nas eleições e decretava a prisão de autoridades, como os ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, ambos do STF, e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD/MG). Bolsonaro teria pedido para retirar o nome de algumas pessoas. O objetivo era realizar novas eleições.

Sobre a operação

A PF deflagrou uma operação nesta quinta-feira (8) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Denominada de "Tempus Veritatis" – "hora da verdade", também tem como alvos ex-ministros e ex-assessores do político por tentarem dar um golpe de Estado no país e invalidar as eleições de 2022, em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu vitorioso.

Ao todo, 33 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão preventiva são cumpridos. Há ainda medidas cautelares, como proibição de contatos entre os investigados e destituição de cargos públicos. Bolsonaro, por exemplo, é alvo de medidas restritivas e deve realizar a entrega do passaporte às autoridades em até 24 horas.

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Além de Martins, o coronel Marcelo Costa Câmara, ex-assessor de Bolsonaro, e o major do Exército Rafael Martins de Oliveira também foram presos.

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