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Empresas brasileiras não estão comprometidas a pagar um salário digno aos trabalhadores, diz documento da ONU

Apenas 35 assinaram um compromisso público com as metas do movimento da ONU para garantir 100% de salário digno para todos os funcionários


08/02/2024 16h00

Um levantamento do Pacto Global da ONU, iniciativa criada para promover um ambiente corporativo mais justo, mostrou que as empresas brasileiras não possuem preocupações em entregar um salário digno para os trabalhadores.

Das 1.773 companhias que aderiram ao pacto, apenas 35 assinaram um compromisso público com as metas do movimento para garantir 100% de salário digno para todos os funcionários, incluindo terceirizados, até 2030.

“No Brasil, um dos pontos é de maior dificuldade para as empresas oferecerem um salário maior é justamente a carga tributária. Nós temos um país que onera bastante a empresa. Então, o salário é um conjunto de ações da economia do país, como a boa vontade de retenção das empresas e a qualidade de entrega dos profissionais. Acho que, com esse conjunto, teremos um salário justo muito melhor”, explica Celso Bazzola, consultor de RH.


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Além das empresas não estarem 100% comprometidas, o governo também não oferece medidas para que todos tenham um salário digno.

“Dado o cenário econômico e político internacional, não me parece razoável pensar que esse acordo vai acontecer. Acho que muito em virtude do crescimento do desemprego e de uma onda associada esses novos atores de mercado, como a xenofobia, é pouco provável que a gente observe governos se empenhando para tornar a relação entre capital e trabalho menos tensa”, conta Fábio Pereira de Andrade, economista especialista em administração pública.

Prova disso é a última edição do Fórum Econômico Mundial. O tema igualdade salarial praticamente ficou fora da agenda.

Economistas que estão na luta por salários mais dignos afirmam que essa igualdade representaria um ganho para toda sociedade.

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“Uma política de melhor condição de trabalho e remuneração confere para aquela sociedade um outro padrão de desenvolvimento. As sociedades que alçam um padrão de desenvolvimento e de menor desigualdades são sociedades sem pobreza e menor violência, portanto todos ganham em termos de qualidade de vida”, conclui o economista Clemente Ganz Lúcio.

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