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Mais de 13 mil denúncias de ameaças ou agressões foram registradas por entregadores no iFood em 2024. Os relatos foram feitos por profissionais de todo o país.

Os dados são revelados poucos dias depois do entregador carioca Nilton Ramon de Oliveira, de 24 anos, ser baleado por um policial militar, que se recusou a descer para buscar o pedido na portaria.


Do total de denúncias, 16% estão relacionados a subir ou não nos apartamentos. Essa prática é diferente de estado para estado. Porém, não existe nenhuma lei que determina até onde o entregador pode ir durante a entrega. Além disso, os aplicativos afirmam que não há obrigatoriedade de ir até a porta do cliente.

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“O que existe dentro dos condomínios são convenções que proíbem a entrada de alguns entregadores. Bem como existem orientações do próprio aplicativo de entrega em que esses entregadores estão subordinados. Ou seja, esses entregadores sempre estão orientados a não ingressar dentro dos condomínios dessas pessoas, desses consumidores”, explica Kamel Salman, advogado imobiliário.

A plataforma iFood se manifestou e afirma que há uma plataforma de denúncia para os entregadores. Também é disponibilizado apoio jurídico e psicológicos para os funcionários.

“Todo entregador que sofrer um ato de violência, que ele denuncie nosso aplicativo e a gente possa ofertar o apoio jurídico e psicológico. Aí, ele toma as medidas cabíveis e necessárias em cima desse ato”, afirma Johnny Borges, diretor de impacto social do iFood.

O que causa o aumento da violência contra os entregadores

Sete a cada dez entregadores são pretos e pardos, segundo a Associação de Mobilidade e Tecnologia. Dessa maneira, o professor de política social Leonardo Dias Alvez relaciona os casos de violência com o racismo estrutural que existe no país.

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“Considerando a formação social brasileira, que está atrelada a dominação e a violência como um pressuposto de produção do período escravista, a violência posterior a esse período continua sendo uma prática central. Ela continua sendo algo presente no cotidiano, isso está presente na vida cotidiana dos trabalhadores de entrega como está também presente na vida da população negra de modo geral”, explica Alvez.