Estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou que jovens da Europa, Ásia e Canadá estão iniciando o consumo de bebida alcoólica e cigarros eletrônicos cada vez mais cedo. Mais da metade dos adolescentes de 15 anos admitiram já ter consumido bebidas. Um a cada cinco das pessoas que participaram na pesquisa consumiram os “vapes”.
A substância mais consumida é o álcool. Ao todo, 57% dos jovens beberam pelo menos uma vez. Cerca de 37% consumiram algum produto nos últimos 30 dias. 9% dos pesquisados admitiram que ficaram bêbados pelo menos duas vezes.
O fácil acesso e a maneira como o assunto é tratado por adultos está entre os principais motivos para essa realidade acontecer.
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“A gente tem uma percepção de que é ‘ok’ beber, por exemplo, seis unidades de álcool, que é considerado nocivo. Já é dentro da categoria de beber abusivamente. Isso é a média que o brasileiro acha que a quantidade normal de se beber. E que a gente já considera um nível de beber abusivo, que já está relacionado a uma série de danos. Não só o câncer, que isso está vindo à tona agora com essas pesquisas mostrando associação com câncer”, diz Clarice Madruga, pesquisadora do Departamento de Psiquiatria da Unifesp.
Os cigarros eletrônicos, proibidos no Brasil pela Anvisa, também preocupam. De acordo com a OMS, eles são mais populares que os convencionais. 32% dos adolescentes de 15 anos já consumiram.
“O vape gera uma dependência mais rápido do que o cigarro. Isso está fazendo uma geração de adolescentes muito dependentes da nicotina, que é um psicotrópico. Ela altera o cérebro, que ainda tá em crescimento, assim como álcool. Elas são substâncias que, quando afetam o cérebro ainda cresce, afetam de forma permanente profunda”, explica Madruga.
Além da ajuda dos país, é necessário que o governo invista em políticas públicas para manter os jovens longe de substâncias nocivas.
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“A gente entende o quanto que o Brasil é um país que não tem um imposto seletivo, que controla o acesso a substâncias que fazem mal à saúde. Então, é importante entender que o consumo de álcool para adolescentes só vai diminuir se houverem essas políticas que passam o álcool um pouco mais caro, que façam acesso menos facilitado, a gente tá num país de muito acesso, né? A gente não tem licença, por exemplo, para vender álcool especificamente, qualquer lugar vende álcool, uma padaria vende álcool no Brasil, isso não existe nos outros lugares do mundo”, finaliza a psiquiatra.
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