Em entrevista exclusiva ao Jornal da Cultura, o ex-premiê de Israel Ehud Olmert acusou Benjamin Netanyahu, atual primeiro-ministro do país, de ter financiado o grupo Hamas ao longo de vários anos.
De acordo com Olmert, a intenção seria desestruturar a Autoridade Palestina.
“O dinheiro chegava em malas de dinheiro do Catar. Ninguém manda uma mala com um milhão de dólares em dinheiro sem ter a segurança de que vai chegar ao Hamas. Era oficial, havia um funcionário acompanhando”, comenta o ex-premiê.
“Houve um momento em que o dinheiro atrasou e o chefe do Mossad (serviço secreto israelense), Yossi Cohen, foi ao Catar perguntar o que estava acontecendo. Bibi [Netanyahu] pensou que, permitindo a transferência de dinheiro do Catar para o Hamas, os outros líderes manteriam um perfil discreto: disparar alguns foguetes de vez em quando, Israel responderia por dois ou três dias e Bibi poderia dizer ‘ok, nós os devastamos’”, alega.
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Olmert foi por vários anos companheiro do atual governante israelense no partido Likud até que Netanyahu discordou de sua decisão de sair da Faixa de Gaza.
Durante sua administração, Olmert foi responsável pela desocupação da Faixa de Gaza, em 2005, e pelas mais intensas negociações com a Autoridade Palestina desde os acordos de Oslo nos anos 1990.
Os entendimentos com os palestinos foram interrompidos completamente quando o governo de Olmert caiu e foi substituído por Netanyahu, em 2009. Segundo o ex-primeiro-ministro, o sucessor não admite fazer concessões, nem mesmo conversar com líderes palestinos.
Olmert acredita que, sem o atual governo, Israel poderá iniciar um processo de entendimento com os vizinhos.
Saiba mais sobre o tema na matéria de Leão Serva, correspondente da TV Cultura em Israel, que foi ao ar esta quinta-feira (6):
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