Por medo da guerra, cristãos deixam de visitar igreja da Natividade, na Cisjordânia

Em meio à guerra entre Israel e o Hamas, cristãos de todas as partes do mundo deixam de visitar a igreja da Natividade, em Belém, local do início da epopeia da religião mais popular do planeta. O templo é um lugar sagrado para o cristianismo e fica ao lado do túmulo de Jesus Cristo, na igreja do Santo Sepulcro.

Em condições normais, anualmente, mais de um milhão e meio de fiéis visitam a igreja. São mais de quatro mil pessoas por dia em média, principalmente nos fins de semana. No entanto, com a intensificação do conflito, o local tem ficado vazio.

A hotelaria da região sentiu os reflexos. O "Hotel do Muro", fundado com apoio do artista plástico Banksy, fechou as portas. O grafiteiro britânico fez duas pinturas no muro de concreto que separa Belém, na Cisjordânia, do território israelense, porém, isso não impediu que o estabelecimento fechasse.

“Você não encontra ninguém. É a primeira vez, sem dúvida, com esse impacto para o turismo, para a religião, como um todo. É bem grave ver esse lugar dessa maneira”, diz o cientista brasileiro da Universidade Hebraica de Jerusalém Atílio Tomazini Júnior, que costuma vir a Belém regularmente.

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Os restaurantes abrem só no fim de semana. Sem fiéis, a economia da cidade, totalmente dependente do turismo, está em situação delicada. A taxa de desemprego atingiu 60%.

“Esperamos que isso pare logo porque precisamos ficar no lugar onde Jesus nasceu. Não são apenas as pedras que mantêm a mensagem de Belém, os fiéis são as pedras vivas da terra santa e isso é o mais importante”, diz Carmen Ghattas, secretária de imprensa da prefeitura de Belém.

Issa Thaljieh, vigário-geral da igreja da Natividade há 13 anos, segundo ele, as pessoas não vêm ultimamente por medo da guerra.

“Quando você tem medo, você não tem fé. Nós dizemos, ‘não tenha medo de nada porque Deus está conosco apesar das dificuldades’, mas as pessoas são seres humanos e por isso elas fogem”, lamenta o sacerdote.

Saiba mais sobre o tema na matéria de Leão Serva, enviado especial da TV Cultura a Palestina, que foi ao ar esta segunda-feira (17):

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