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Reprodução | 'X' @netanyahu
Reprodução | 'X' @netanyahu

As lideranças políticas e militares de Israel não estão se entendendo sobre o principal objetivo da guerra em Gaza.

O porta-voz do exército de Israel foi criticado pelo primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, por dizer que "destruir totalmente o Hamas é um objetivo impossível". O premiê insiste que a guerra de Gaza só vai terminar quando o Hamas for aniquilado.

Foi a segunda manifestação explícita de divergências entre os militares e o governo de Israel em poucos dias. No fim de semana, Netanyahu criticou o exército por criar pausas nos ataques para garantir ajuda humanitária à população de Gaza.

Para formar o governo, considerado o mais à direita da história de Israel, Benjamin Netanyahu deu a partidos extremistas cargos estratégicos no governo, eles são contra parar a guerra agora.

O primeiro-ministro israelense tem tido diferenças públicas também com o governo dos Estados Unidos, de quem depende para manter seu poder militar. É possível que o exército reflita a visão estratégica defendida pelos americanos, que pedem uma maior atenção à questão humanitária e uma saída negociada para a crise de Gaza.

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Logo após a invasão do Hamas, em outubro passado, Netanyahu parecia prestes a cair. Por isso, o premiê organizou um gabinete de guerra com o líder da oposição Benny Gantz e sem a presença dos ministros de extrema-direita. Essa união nacional está trincando.

Na semana passada, Ganz deixou o governo acusando Netanyahu de não ter um objetivo concreto para a guerra, o que impede o exército de obter uma vitória. É exatamente o que disse o porta-voz do exército: “se o objetivo é inatingível, a guerra não tem fim”.

Ganz também acusou Netanyahu de não ter um plano para o pós-guerra. A comunidade internacional tem cobrado Israel que apresente uma estratégia de negociação com os palestinos para o dia seguinte ao fim do conflito em Gaza.

As pesquisas mostram que, neste momento, se houvesse uma eleição, Netanyahu perderia o poder. Ele precisa da guerra para tentar limpar a imagem de incompetência diante dos ataques de 7 de outubro e, quem sabe, reverter o quadro eleitoral, no entanto, ao esticar a corda, provoca um isolamento internacional de Israel e, como se vê agora, também uma crescente oposição militar.

Saiba mais sobre o tema na matéria que foi ao ar esta quinta-feira (20) no Jornal da Cultura:

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