Analistas de direitos humanos e liberdade de imprensa criticaram o acordo feito pelo jornalista e fundador do Wikileaks, Julian Assange, e o governo norte-americano que o livrou de cumprir pena nos Estados Unidos.
Entidades da imprensa consideram o acordo péssimo para o jornalismo. Segundo elas, Assange confessará como crime o que jornalistas do mundo inteiro fazem frequentemente, a publicação de reportagens de interesse público consideradas sigilosas por seus governos.
O caso poderá ter consequências no futuro. Outros jornalistas estrangeiros que divulgarem informações sigilosas dos Estados Unidos podem ser cobrados pelo paradigma aceito por Assange.
Assange fundou a Wikileaks em 2006 e ganhou atenção internacional em 2010 quando o site publicou uma série de documentos sigilosos do governo dos EUA. Dentre as divulgações, estavam dados sobre o ataque aéreo a Bagdá, em 12 de julho de 2007, e os registros das guerras no Afeganistão e no Iraque.
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O acordo
Assange saiu de Londres e vai se apresentar a um juiz americano na ilha de Saipan, no arquipélago de Marianas, no pacífico sul. É a comarca mais distante do território continental americano e, ao mesmo tempo, a mais próxima de seu país de origem, a Austrália.
Em Saipan, o juiz o condenará a cinco anos, que é o tempo que ele já ficou detido em um presídio de segurança máxima em Londres.
A confissão de Assange para uma das 18 acusações criminais foi a solução aceita por todas as partes. A família terá o pai em casa, o governo americano pode dizer que ele não ficou impune e o inglês, que não cometeu uma arbitrariedade ao manter por cinco anos um inocente preso sem julgamento.
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