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Polícia Federal diz que Bolsonaro desviou R$ 6,8 milhões com venda de joias

Investigações mostram que o valor também custeou a estadia do ex-presidente e a de familiares nos EUA


08/07/2024 18h41

A Polícia Federal, em inquérito enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), mostrou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) desviou cerca de R$ 6,8 milhões com a venda ilícita das joias sauditas.

O documento, com mais de 600 páginas, foi enviado à Corte na semana passada, mas o sigilo foi derrubado pelo ministro Alexandre de Moraes somente nesta segunda-feira (8).

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“Os valores obtidos dessas vendas eram convertidos em dinheiro em espécie e ingressavam no patrimônio pessoal do ex-presidente da República, por meio de pessoas interpostas e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores”, escreveu a PF.

Nesse inquérito, Bolsonaro foi indiciado por três crimes: peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro. As penas, somadas, podem chegar a 25 anos de prisão. A defesa nega qualquer participação no esquema.

Agora, a Procuradoria-Geral da República (PGR) vai decidir se há elementos suficientes para oferecer denúncia ao STF.

De acordo com o relatório, o valor arrecadado também custeou a estadia do ex-presidente e a de familiares nos Estados Unidos. Bolsonaro viajou ao país em dezembro de 2022, logo após o fim de seu mandato. Ele ficou três meses no país.

"Tal fato indica a possibilidade de que os proventos obtidos por meio da venda ilícita das joias desviadas do acervo público brasileiro, que, após os atos de lavagem especificados, retornaram, em espécie, para o patrimônio do ex-presidente, possam ter sido utilizados para custear as despesas em dólar de Jair Bolsonaro e sua família, enquanto permaneceram em solo norte-americano", disse a PF.

"A utilização de dinheiro em espécie para pagamento de despesas cotidianas é uma das formas mais usuais para reintegrar o 'dinheiro sujo' à economia formal, com aparência lícita", completou a PF.

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A Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na investigação que apura a venda ilegal no exterior de joias recebidas durante o mandato presidencial

Além de Bolsonaro, outras 11 pessoas foram indiciadas, sendo todas por associação criminosa, 7 por peculato, 9 por lavagem de dinheiro e 1 – o ex-chefe da Receita Julio Cesar Vieira Gomes – por advocacia administrativa.

Os outros 11 indiciados são: o então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque; José Roberto Bueno Jr.; Júlio Cesar Vieira Gomes; Marcelo da Silva Vieira, Marcos Soeiro e Mauro Cesar Cid; Fabio Wajngarten; Frederick Wassef; Bolsonaro; Mauro Cesar Cid e o pai dele, Lourena Cid, além do ex-chefe da Receita Federal Julio Cesar Vieira Gomes.

Em agosto de 2023, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a ex-primeira-dama Michelle ficaram em silêncio durante o depoimento sobre o caso.

A venda de joias de Bolsonaro no exterior foi revelada em março de 2023. Os presentes foram recebidos pelo ex-presidente durante o seu mandato. As investigações revelam que os itens começaram a ser negociados nos Estados Unidos em junho de 2022.

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