O assessor internacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Celso Amorim, disse nesta quinta-feira (15) que o Brasil não vai reconhecer o governo da Venezuela se as atas eleitorais não forem divulgadas.

A declaração ocorreu durante uma participação do assessor em uma reunião da Comissão de Relações Exteriores do Senado.

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“Não creio que, se não houver algum acordo que não possibilite avançar, nós não vamos reconhecer um governo se essas atas não aparecerem”, disse ele.

Na comissão, ele afirmou que "não é produtivo" falar em prazo para que a Venezuela apresente as atas. "Minha experiência diz que isso não traz bons resultados". Segundo Amorim, o Brasil manterá sua posição "se não houver algum acordo que possibilite avançar" nos diálogos com o país vizinho.

O presidente Lula afirmou nesta quinta-feira (15) em entrevista à rádio T FM, do Paraná, que "não quer se comportar de forma apaixonada" sobre os resultados das eleições presidenciais na Venezuela.

Lula reforçou a importância da apresentação das atas com o resultado das eleições. De acordo com ele, o Brasil quer que o Conselho Nacional Eleitoral diga publicamente quem ganhou as eleições.

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“Tem que apresentar os dados, agora, os dados têm que ser apresentados por algo confiável. O Conselho Nacional Eleitoral, que tem gente da oposição, poderia ser, mas ele não mandou para o Conselho, ele mandou para a Justiça, para a Suprema Corte dele. Eu posso julgar a Justiça de outro país", afirmou

A eleição na Venezuela foi concluída em 28 de julho. O resultado oficial, apresentado pelo Comitê Nacional Eleitoral (CNE), aponta vitória de Maduro por 51,2% dos votos. O CNE é ligado ao governo venezuelano.

No entanto, a oposição e autoridades estrangeiras apontam fraude e dizem que o vencedor foi o oposicionista Edmundo Gonzalez.