O número de mulheres que fumam durante a gravidez aumentou no Brasil. Isso foi o que mostrou uma pesquisa do Instituto Nacional do Câncer (INCA) divulgada no Dia Nacional de Combate ao Fumo, lembrado nesta quinta-feira (29).
Em 2013, havia 70 mil gestantes que fumavam no Brasil. O número representava a metade das não grávidas fumantes (4,7% contra 9,6%). Já em 2019, esse número chegou a 120 mil, sendo que o número de grávidas fumantes era superior ao das não grávidas (8,5% contra 8,4%).
Os dados do estudo "Prevalência do tabagismo materno no Brasil em 2013 e 2019: não é o que esperávamos quando elas esperavam!" ainda identificaram que metade das fumantes são de baixa renda, pouca escolaridade e jovens (18 a 24 anos).
O estudo foi conduzido por pesquisadores do INCA e da Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health, dos Estados Unidos.
"Uma importante perspectiva de gênero, colocando foco nas pressões sociais e culturais (...) que faz com que o tabagismo nas mulheres, que antes era menos comum, esteja crescendo devido a mudanças nas normais sociais e na publicidade direcionada”, afirmou Elisa Prieto, coordenadora de Equidade, Doenças Crônicas Não Transmissíveis e Saúde Mental da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde no Brasil.
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Aproveitando a data, a Fundação do Câncer também reforçou o "Movimento VapeOFF", contra os cigarros eletrônicos.
"Mesmo com a proibição da Anvisa desde 2009, o uso de vapes é uma preocupação no país, impulsionado pelo contrabando e pela falsa sensação de que esses dispositivos são menos prejudiciais do que os cigarros tradicionais", disse a organização em comunicado nas redes sociais.
André Szklo, pesquisador da Divisão de Controle do Tabagismo e outros Fatores de Risco do INCA e um dos autores do artigo, apontou como desafios as estratégias da indústria do tabaco no convencimento de jovens para o fumo, como a normalização dos dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs), os danos familiar e ambientais e os custos econômicos.
"[O tabagismo] representa um custo direto e indireto para o país anualmente de R$ 153 milhões”, enfatizou o especialista.
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