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Cerca de nove em cada dez Terras Indígenas (TIs) na Amazônia Legal foram atingidas pela seca, representando um aumento expressivo em relação ao ano anterior. Dos 388 territórios, 358 já enfrentavam o problema, impactando diretamente a vida das populações indígenas.

Foi constatado pela InfoAmazonia por meio de uma análise de dados exclusivos obtidos junto ao Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) que o número de Terras Indígenas (TIs) atingidas pela seca em 2023 era de 260, um aumento de 37% em apenas um ano. Além disso, enquanto apenas uma TI foi classificada como de seca extrema no ano passado, esse número saltou para 17 em 2024.

O Amazonas lidera com o maior número de TIs em situação de seca, totalizando 146. Entre os casos mais críticos está o da Terra Indígena Cacau do Tarauacá, localizada em Envira (AM).

A comunidade Kulina, que vive às margens do rio Tarauacá, enfrenta dificuldades severas com a navegação devido ao baixo nível das águas, restando apenas lama onde antes havia rios navegáveis. Para tentar contornar a situação, os indígenas improvisam canais e pontes para garantir o mínimo de mobilidade, essencial para a obtenção de alimentos.

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A falta de água potável também é uma preocupação crescente. Segundo a Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), 2.800 aldeias na Amazônia Legal não possuem infraestrutura de abastecimento de água, afetando diretamente a qualidade de vida das comunidades. O Distrito Sanitário Especial Indígena Alto Rio Solimões, no Amazonas, é o mais afetado, com 32,5 mil pessoas sem acesso regular a poços ou caminhões-pipa.

Para minimizar os impactos da seca, a Articulação das Organizações e Povos Indígenas do Amazonas (Apiam) está organizando a compra de alimentos das terras que ainda não foram gravemente afetadas pela estiagem. A ação conta com o apoio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e do Ministério Público Federal.

Outro fator agravante é a redução das chuvas, exacerbada pelo fenômeno El Niño, que contribui para o aquecimento anormal do Oceano Pacífico. Este fenômeno, aliado ao aquecimento do Atlântico Norte, inibiu a formação de nuvens e reduziu as precipitações na região amazônica, intensificando os efeitos da seca.

De acordo com o pesquisador Renato Senna, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), a tendência é que o cenário piore nos próximos meses.

Enquanto isso, o Governo Federal trabalha no desenvolvimento de um plano nacional de adaptação climática, que incluirá um setor específico para os povos indígenas, mas a previsão é de que o plano só seja apresentado em 2025. Para Francisca Arara, da Secretaria Extraordinária de Povos Indígenas (Sepi), o tempo é um inimigo. "É urgente que doadores e governos entendam a gravidade da situação. Paradoxalmente, os povos indígenas que preservam as florestas são os que mais sofrem com os extremos climáticos."

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