Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), anulou os atos processuais de Sergio Moro (União Brasil-PR) contra o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT) na Lava Jato.
Ele estendeu os efeitos da decisão da Corte que considerou o ex-juiz suspeito em processos que envolvem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Segundo Mendes, há indícios de que ele tenha atuado com “motivação política e interesse pessoal” para atingir o Partido dos Trabalhadores (PT) quando era titular da 13ª Vara Federal de Curitiba. Para ele, a mesma falta de isenção na condução dos processos contra Lula impediram que Dirceu tivesse direito a um julgamento justo e imparcial.
A decisão dessa segunda-feira (28) atende a um pedido da defesa do político, pedindo a extensão da decisão de março de 2021 quando, por maioria, o plenário do STF reconheceu parcialidade e declarou Moro suspeito para julgar o então ex-presidente no caso do triplex de Guarujá (SP), e com o resultado, as acusações foram anuladas.
Com isso, anula-se, portanto, a condenação dada a Dirceu em 2016 de 23 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro na Petrobras, além da condenação de 2017 a 11 anos e 3 meses de prisão pelos mesmos crimes. Em 21 maio de 2024, a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal já havia extinguido os efeitos da segunda pena por entender que o crime prescreveu.
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Em nota, a defesa afirma que José Dirceu "recebeu com tranquilidade a decisão" e "sempre confiou na Justiça". Sergio Moro e o ex-procurador Deltan Dallagnol criticaram a anulação das condenações em uma rede social. Confira:
O ministro Gilmar Mendes, sempre ele, anulou todas as condenações de José Dirceu na Lava Jato, além de todos os atos processuais assinados pelo ex-juiz Sergio Moro em relação a Dirceu.
— Deltan Dallagnol (@deltanmd) October 29, 2024
Com isso, Dirceu deixa de ser ficha-suja e já pode voltar a se candidatar a deputado federal… pic.twitter.com/i9wIccadtr
Não existe base convincente para anulação da condenação de José Dirceu na Lava Jato. Além da condenação anterior no Mensalão, foi ele condenado na Lava Jato por três instâncias, inclusive pelo STJ. Segundo esses julgados, há prova documental do pagamento de suborno oriundo de…
— Sergio Moro (@SF_Moro) October 29, 2024
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