Um em cada três professores da rede pública no Brasil não possui formação adequada para a disciplina em que leciona, enquanto 12,8% dos docentes não têm sequer graduação.
Os dados fazem parte do Anuário Brasileiro da Educação Básica, divulgados nesta quarta-feira (13) pelo Todos Pela Educação, Fundação Santillana e Editora Moderna, com base no Censo Escolar. O estudo aponta a insuficiência de qualificação docente como um desafio persistente para a qualidade da educação básica no país.
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No levantamento, apenas 68% dos professores na educação infantil e no ensino médio têm formação específica na área em que atuam, e, nos anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano), o índice cai para 59%.
No ensino fundamental inicial (1º ao 5º ano), a situação melhora ligeiramente, com 79% dos professores apresentando a formação adequada. No entanto, entre os docentes da etapa inicial da educação infantil, 20,5% não possuem graduação, ainda que em uma área distinta.
A questão salarial é outro ponto levantado. Em 2023, o rendimento médio dos professores das redes públicas com ensino superior foi de R$ 4.942, o que representa 86% da média salarial de outros profissionais com a mesma escolaridade (R$ 5.747). Embora essa proporção tenha subido em relação aos 71% observados em 2013, a contratação temporária de professores cresceu substancialmente, tornando-se predominante em várias redes estaduais.
O Anuário também evidencia a proliferação de cursos de licenciatura a distância, que representam cerca de 67% das matrículas em formação docente. Em 2023, mais de 1,1 milhão de alunos estavam matriculados em cursos de ensino superior nessa modalidade, o dobro do número registrado em 2013.
A valorização docente é um dos objetivos do Plano Nacional de Educação (PNE), prorrogado até 2025, que inclui metas como a garantia de formação superior específica para todos os professores e a equiparação salarial com outras carreiras.
Essas medidas são vistas como essenciais para reverter o quadro atual e reforçar a qualidade do ensino no Brasil.
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