Brasil é citado em arquivos secretos sobre assassinato de Kennedy
Documentos incluem informações sobre uso de propaganda em países da América Latina, uso de diplomatas brasileiros dentro da CIA e ajuda oferecida a Brizola
19/03/2025 18h50
O governo dos Estados Unidos tornou público, nesta terça-feira (18), mais de dois mil documentos acerca das investigações do assassinato do presidente John F. Kennedy, em 1963. O Brasil é mencionado nos arquivos, além de outros países da América Latinia. As informações são do G1.
Os escritos abrangem relatórios de órgãos como a Agência Central de Inteligência (CIA, em inglês), além de citações à China e Cuba no contexto da Guerra Fria.
Um dos documentos, um telegrama da CIA, diz que o então governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, negou apoio oferecido por Cuba e China para garantir que João Goulart assumisse a presidência depois da renúncia de Jânio Quadros. Em agosto de 1961, Fidel Castro e Mao Tse-Tung chegaram a oferecer “voluntários” e apoio material ao governador, que negou por temer uma crise entre as relações internacionais do Brasil e Estados Unidos.
Outro arquivo, de janeiro de 1962, detalha ações da CIA para sabotar o governo cubano. Em fevereiro daquele ano, os EUA haviam iniciado uma operação para realizar um movimento de resistência em Cuba. Por outro lado, a Agência afirma que tinha propagandas e ações políticas em andamento no Caribe, Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Uruguai e outros países da América Latina, a fim de conter a influência de Cuba nas regiões.
Por fim, outra documentação de novembro de 1962 sugere que a CIA usou dois diplomatas brasileiros para fazer comunicação entre dois agentes da organização. Segundo o registro, cartas eram enviadas de Miami para Havana – cidades com missões diplomáticas do Brasil – e vice-versa, com informações da inteligência. O arquivo cita que os brasileiros provavelmente não enviavam informações de espionagem, mas que poderiam contribuir ao transportarem outros itens, como mapas e até dinheiro dentro de latas.
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