Um estudo realizado pela ONG Teto revelou que oito em cada dez brasileiros que vivem em favelas têm medo dos eventos climáticos extremos, principalmente das enchentes. Além disso, 60% das comunidades não contam com obras de prevenção de riscos pelo poder público.
O panorama foi realizado a partir de entrevistas com moradores de 119 comunidades de 151 municípios do país.
Leia: Menos de 1% das pessoas com indicação médica consegue fazer cirurgia bariátrica, diz estudo
A pesquisa ainda informa que em 70% das comunidades analisadas, faltavam sistemas de drenagem da água da chuva, por exemplo – quase a mesma proporção de locais que enfrentam ausência de saneamento básico: 69%.
Ainda de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 16 milhões de brasileiros vivem em favelas, o que corresponde a 8% da população.
Uma das moradoras que tem medo desses eventos climáticos extremos é a líder comunitária Viviane de Carvalho, que mora há 40 anos no Jardim Lapena, comunidade da zona leste paulistana.
“Nós temos uma expectativa da chuva de janeiro, de fevereiro: a enchente mais agravante e mais violenta. A gente já perdeu vidas na enchente, saímos com crianças no colo, temos que carregar a terceira idade", diz.
Leia mais: Dia mundial do pão: brasileiros consomem cerca de 30 kg do alimento por ano
O urbanista climático e coordenador do Novo Acordo Verde (NAVE), Pedro Henrique de Christo, explica que o aumento da temperatura no território nacional, em comparação ao resto do mundo, gera uma série de eventos climáticos mais intensos.
"É um fato de que os eventos climáticos estão se intensificando no Brasil nos últimos anos. A nossa trajetória é que haja um aumento de até 4°C no território nacional até o final do século, 1ºC a mais do que a trajetória global atual – o que gera uma série de problemas, principalmente em relação às nossas comunidades mais vulneráveis", esclarece.
Leia também: Carteira Nacional Docente é lançada para professores de todo o país com diversos benefícios
REDES SOCIAIS