O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, ordenou que o exército ajude a distribuir remédios para a população, em meio a um surto de covid.
Mais de um milhão de pessoas adoeceram, mas Pyongyang tem chamado a doença apenas de "febre", segundo a imprensa estatal.
Cerca de 50 pessoas morreram, mas não está claro quantas dessas pessoas testaram positivo para covid. A Coreia do Norte não possui muitos testes de covid e, por isso, há poucos casos confirmados.
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Analistas apontam que norte-coreanos estão mais vulneráveis ao vírus devido à falta de vacinas e à precariedade do sistema de saúde. Um lockdown nacional está em vigor no país.
A imprensa estatal disse que Kim Jong-un liderou uma reunião de emergência no fim de semana, na qual acusou autoridades de saúde de atrapalhar a distribuição das reservas nacionais de medicamentos.
No sábado (14/5), Kim Jong-un disse que o surto de covid-19 que se espalha rapidamente é um "grande desastre".
"A propagação dessa epidemia maligna é [o maior] distúrbio a afetar nosso país desde sua fundação", disse ele à agência de notícias oficial KCNA.
Kim Jong-un impôs "emergência máxima", com lockdowns e restrições de aglomerações em locais de trabalho.
Ele ordenou que as "forças poderosas" do corpo médico do exército interviessem para "estabilizar imediatamente o fornecimento de medicamentos na cidade de Pyongyang".
Coreia do Sul oferece ajuda
O país anunciou seus primeiros casos confirmados de covid na semana passada — embora especialistas acreditem que o vírus provavelmente esteja circulando há mais tempo.
A comunidade internacional se ofereceu para fornecer à Coreia do Norte milhões de doses da AstraZeneca fabricadas na China no ano passado, mas Pyongyang disse que controlou a covid ao fechar suas fronteiras no início de janeiro de 2020.
A Coreia do Norte compartilha fronteiras terrestres com a Coreia do Sul e a China, que enfrentaram grandes surtos. A China agora está enfrentando uma onda de ômicron, com lockdowns em suas principais cidades.
A Coreia do Sul se ofereceu para enviar ajuda ao Norte, incluindo doses de vacinas, profissionais de saúde e equipamentos médicos.
Além do impacto direto na saúde, há temores sobre a produção de alimentos na Coreia do Norte, que enfrenta o problema da fome desde os anos 1990. O Programa Mundial de Alimentos estima que 11 milhões dos 25 milhões de habitantes do país estão subnutridos.
Se os trabalhadores agrícolas não puderem cuidar dos campos, dizem os analistas, as consequências para o resto do país serão extremamente sérias.
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