João Rock já tinha deixado clara a intenção de fazer história no calendário de festivais do Brasil. No sábado (2), com os 70 mil ingressos esgotados, o evento tradicional de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, celebrou os 20 anos com line-up composto somente por artistas brasileiros distribuídos em cinco palcos espalhados pelo Parque Permanente Exposições.
Fãs de variadas gerações se concentravam nos espaços para ver nomes da nova geração como Majur, Hyperanhas, Don L, Flora Matos, Marina Sena e outros, além dos artistas já consagrados.
No Palco Brasil, veteranos da MPB, como Tom Zé, Os Mutantes, Zé Ramalho, Alceu Valença e Gilberto Gil embalaram o público com sucessos e performances impecáveis. Sob forte sol, Tom Zé foi o primeiro a subir ao palco. Chegou tirando a camisa por conta do calor e ao longo da performance citou o processo de transformação do idioma. Coube a Gilberto Gil encerrar a programação já no início da madrugada. Ao apresentar um setlist de sucessos, o público retribuiu com gritos de “Gil, eu te amo”.
A novidade desta edição, no entanto, foi o Palco Aquarela, que contou com a presença exclusivamente feminina. A baiana Majur abriu a programação com sua voz potente pedindo atenção para que os fãs acreditem nos sonhos. “Quero que vocês ouçam essa música e pensem em nunca desistir. Sou uma travesti, preta, nordestina e estou aqui com vocês e pra todo o Brasil”, disse.
A rapper Flora Matos agradeceu ao festival pelo primeiro convite e viu o público cantar com ela todas as músicas, do início ao fim. Outra estreante do João Rock foi Marina Sena. A dona do hit “Por Supuesto”, que transita pelos principais festivais do país, viu a plateia acompanhá-la na coreografia de “Tudo Pra Amar Você", seu novo sucesso. Neste mesmo espaço se apresentaram Ana Carolina cantando Cássia Eller e Manu Gavassi cantando Rita Lee.
Capital Inicial, Ira!, Planet Hemp, L7nnon e Filipe Ret, Emicida e convidados, Baiana System estiveram entre as atrações do Palco João Rock ao longo de 14 horas de música ininterruptas.
Bem no início do show, Emicida convocou o rapper Rashid. Logo na sequência, Drik Barbosa fez participação em "Sujeito de Sorte", de Belchior.
Outro convidado foi Marcos Valle, a quem Emicida definiu como "um dos arquitetos da música brasileira". Juntos, eles cantaram e tocaram "Pequenas alegrias da vida adulta" e "Cinzento".
Durante todo evento os palcos se mantiveram lotados, assim como os espaços de ativação e o half pipe com apresentações do skatista Sandro Dias.
A cada ano o João Rock apresenta novidades, se mostra disposto a acertar e prova que é possível um festival com atrações 100% nacionais.
*A jornalista viajou à convite do festival.Agradecimento a New Age Imagens pelas fotos cedida à coluna
Adriana de Barros é apresentadora do programa Mistura Cultural nas mídias digitais da TV Cultura e da Rádio Cultura Brasil, editora do portal da TV Cultura, jurada de música da APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte de São Paulo), jurada de música do Prêmio Arcanjo de Cultura e jurada do Come to Latin America .
Adriana de Barros é apresentadora do programa Mistura Cultural nas mídias digitais da TV Cultura e da Rádio Cultura Brasil, editora do portal da TV Cultura, jurada de música da APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte de São Paulo), jurada de música do Prêmio Arcanjo de Cultura.
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