Coluna Hábito de Quadrinhos

Ranking: as dez melhores histórias do Tintim, que completa 95 anos!


29/01/2024 07h57

Tintim é um fenômeno dos quadrinhos. Seu autor, o belga Hergé (1907-83), criou suas histórias entre 1929 e 83. Depois disso, ninguém deu um passo adiante com o personnagem, como aconteceu com Lucky Luke, Corto Maltese, Smurfs e tantos outros – sem falar nos heróis da Marvel e DC e suas revistas mensais. Mesmo assim, quatro décadas após a morte do autor, Tintim ainda está “vivo”: estampou um passaporte (belga, claro) e um avião, além de virar herói em uma revista da DC Comics. Sem falar no curioso caso do país inventado em suas histórias e que andou concedendo passaporte e asilo: a Sidálvia.

Neste mês de janeiro, o topetudo (nos dois sentidos) jornalista belga completou 95 anos. Para celebrar a data, coloco aqui meu ranking de suas melhores histórias. Trata-se, claro, de uma seleção completamente subjetiva – não tem certo ou errado, apenas gosto pessoal. E se você não conhece alguma delas, não importa sua posição, fica a sugestão: vá atrás! São todas ótimas.

10º – “O Cetro de Otokkar” (criado entre 1938-39)

Esta é a oitava aventura do Tintim. Ele ainda não tinha a agradável, ainda que barulhenta, companhia do capitão Haddock, mas já colocava em ação uma das características mais marcantes de suas histórias: as viagens por terras distantes. Neste caso, uma curiosa intriga internacional o leva à fictícia Sidálvia – a mesma que, hoje, anda concedendo passaporte e asilo por aí...

9º - “O Caranguejo das Pinças de Ouro” (1940-41)

Agora sim! Finalmente entram em cena o destempero, os palavrões, o humor involuntário e, principalmente, o coração de ouro do capitão Haddock, o melhor amigo humano do Tintim – o posto de melhor amigo canino fica com o incrível Milu, é claro. Nesta aventura, temos pistas curiosas (uma constantes nesta série, como veremos adiante), trapalhadas dos detetives Dupont e Dupond (outra constante) e uma viagem, em alguns momentos angustiante, ao deserto do Saara.

8º - “As 7 Bolas de Cristal” (1943-46)

Uma das aventuras com mais toques místicos da série do Tintim, com direito a uma curiosa e inexplicável presença do sobrenatural – ou será que não? Mas este enredo não para por aí: temos até um golpe de Estado em uma país latino-americano em plenos anos 40, com direito, claro, a mais uma viagem para um país distante feita por Tintim, Haddock, Milu e o professor Girassol.

7º - “O Lótus Azul” (1934-35)

As tramas do Tintim em suas primeiras aventuras envolviam, claro, viagens mundo afora, humor, investigação e pistas que, para mim, pareciam sem pé nem cabeça:

“Estamos talvez no item e de Z hoje rascunhos longe todo azar ulterior.”

Você entendeu? Se sim, está melhor do que eu... Um divertido ponto de partida para uma aventura e tanto, com direito a uma viagem à China.

6º - “Os Charutos do Faraó” (1932-34)

Adoro esta. Divertidíssima, carregada nas cenas de aventuras e com um enredo intricado que envolve narcotráfico. Só não está mais bem posicionada porque o bravo (em qualquer sentido) capitão Haddock ainda não havia sido inventado, mas conta com a primeira aparição dos detetives gêmeos Dupond e Dupont – já fazendo trapalhadas.

5º - “Tintim no Tibete” (1958-59)

Poucas histórias me marcaram tanto ao mostrar o valor da amizade. Tintim sonha que seu amigo Chang está em grande perigo. Investiga um pouco e... sim, é isso mesmo. Aparentemente, ele estava em um avião que caiu no Tibete. Temos aí um ponto de partida para uma aventura e tanto nas neves do Himalaia, com coragem, humor, doçura e uma intrigante participação especial do Yeti, o “abominável homem das neves”.

3º - “O Segredo do Licorne” e “O Tesouro de Rackham, o Terrível” (1942-43)

As duas estão juntas porque são praticamente a mesma aventura. Na primeira parte, é descoberta uma pista para um tesouro incrível, curiosamente relacionado a um antepassado do capitão Haddock. Como a dica de “O Loto Azul”, para mim não faz sentido nenhum, mas para o Tintim...

“Três irmãos unidos. Três unicórnios juntos, navegando ao sol do meio-dia, falarão. Porque é da luz que a luz vai nascer, e então brilha a cruz da Águia” (não estou com meu exemplar em português à mão, a tradução certamente foi diferente).

Na segunda parte, uma vez que Tintim desvendou a dica acima (sabe-se lá como), ele e seus amigos partem em busca do dito tesouro. Repare no bizarro design do submarino utilizado pelo submarino – eu que não teria coragem de andar em um desses...

1º - “Rumo à Lua” e “Explorando a Lua” (1950-53)

Outra história que, de tão grande, acabou sendo publicada em dois álbuns – que, somados, formam a aventura do Tintim que até hoje é a que mais me diverte.

Em um primeiro momento, Tintim e Haddock descobrem que o grande professor Girassol está envolvido em um ousado projeto científico: levar, pela primeira vez, a Humanidade à Lua (esta história é anterior ao grande feito da Nasa e de Neil Armstrong).

A parte final mostra a viagem em si, cheia de surpresas, humor, drama e uma trapalhada interplanetária dos detetives Dupod e Dupont. Se o Tintim era conhecido por viajar a países distantes, imagine a recepção desta história, em que ele pisa na Lua...

Pedro Cirne é formado em jornalismo, desenhos e histórias em quadrinhos. É autor do romance “Venha me ver enquanto estou viva” e da graphic novel “Púrpura”, ilustrada por 17 artistas dos 8 países que falam português.

ÚLTIMAS DO FUTEBOL

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Roda Viva recebe o jornalista Eugênio Bucci nesta segunda-feira (29)

Quem são as vítimas de queda de avião que caiu em Itapeva (MG)

Bombeiros encontram corpo de jovem que sumiu ao tentar atravessar rio em Ubatuba (SP)

Avião cai na zona rural de Itapeva (MG) e deixa sete mortos

Terremoto de magnitude 6,6 atinge cidade de Tarauacá, no interior do Acre