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O Homem-Aranha é um tremendo personagem da Marvel, um dos maiores do gênero dos super-heróis. E, assim como o Batman, da rival DC, ele ganhou uma rica mitologia ao seu redor, que vai de vilões a coadjuvantes memoráveis.

Enquanto o Aranha faz sucesso nos cinemas (oito filmes, se não contei errado – até agora), seus coadjuvantes ainda tropeçam um pouco. Madame Teia e Morbius, aqui entre nós, não foram lá essas coisas. Mas o Venom, um personagem que começou nos quadrinhos como figurante (era só um uniforme, nem nome tinha!), virou vilão e depois, anti-herói, conseguiu se estabelecer na telona: esta semana será lançado o filme que encerra sua trilogia.

O talentoso Tom Hardy vive mais uma vez o protagonista em “Venom 3: A Última Rodada”, longa da britânica Kelly Marcel em sua estreia na direção – ela roteirizou os dois filmes anteriores.

Nesta “semana Venom”, separei cinco momentos dele nos quadrinhos que aprofundam a história do personagem e as apresento em ordem cronológica, para você chegar ao cinema devidamente “venomizado” (se a campanha de marketing do filme chegou até você, certamente entendeu do que estou falando).

1984 - “A Saga do Traje Alienígena”, de Roger Stern, Tom Defalco e Ron Frenz

No início, bem lá no início, o Venom que conhecemos hoje era bem diferente. Em resumo, o Homem-Aranha viajou para outra dimensão com outros heróis e voltou de lá com um novo uniforme, preto e branco (e bem mais fácil de desenhar do que aquela loucura vermelha e azul cheia de teias, convenhamos). Nas sete histórias reunidas nesta saga, vemos o que acontece com o Homem-Aranha quando ele volta para a Terra usando este novo uniforme: seu relacionamento com a Mary Jane Watson, os confrontos com velhos (Fantasma Vermelho) e novos (Puma) vilões e adaptação a este novo uniforme. Tudo vai bem até que...

Com a ajuda do Quarteto Fantástico, o Aranha descobre que seu novo uniforme é, na verdade, um ser alienígena! Repare, aliás, que o nome Venom sequer aparece aqui: ele é conhecido apenas como o “Traje Alienígena”.

1985 – “Até que a morte nos separe!”, de Louise Jones Simonson e Greg Larocque

Nos anos 80, o Homem-Aranha estava tão popular que ganhou mais uma revista mensal: “Web of Spider-Man”. O número de estreia trouxe primeiro encontro entre o Aranha e o seu “Traje Alienígena” desde que um descobriu que o outro não era um uniforme ou um mero objeto, mas um ser vivo. A surpreendente história mostra um pouco da complexidade do “Traje Alienígena”, que ainda não tinha nome, e sua emotiva reação após o “confronto” com o super-herói.

1992 – “Venom - Protetor Letal”, de David Michelinie e Mark Bagley

Muito coisa aconteceu da história anterior para esta. Descobrimos que o tal traje alienígena é um “simbionte”: uma entidade que precisa de outra, um hospedeiro, para sobreviver. O primeiro humano hospedeiro, claro, foi o Homem-Aranha. Mas depois dele, o “Traje Alienígena” se aliou a Eddie Brock: a união entre ambos deu origem ao vilão Venom, inimigo do Homem-Aranha.

Opa! “Vilão”, mas só no primeiro momento. A partir desta mini-série, vamos o início da transformação em um “anti-herói”. Ele foi ficando mais “palatável”, digamos assim, até o ponto de, no século seguinte, fazer parte dos Vingadores (?!).

2003 – “Homem-Aranha Ultimate: Venom”, de Brian Michael Bendis e Mark Bagley (olha ele de novo!)

A Marvel lançou, em 2000, uma série de poucas revistas que buscava reintroduzir seus principais personagens para uma nova série de leitores, sem a carga de seis décadas de complicada cronologia por detrás. O Homem-Aranha foi um dos escolhidos, e por sete anos (e mais de cem edições mensais!) o roteirista Brian Michael Bendis e o ilustrador Mark Bagley reapresentaram a mitologia do Amigão da Vizinhança numa pegada mais século 21. E, em 2003, uma saga em seis capítulos introduziu ninguém menos do que Eddie Brock, o Venom!

2015 – fase do Venom nos Guardiões da Galáxia, escrita por Brian Michael Bendis (olha ele de novo!)

Mais de uma década se passou, e o atual Venom não é mais Eddie Brock, mas Flash Thompson – originalmente, um coadjuvante do Homem-Aranha. E Flash Thompson transcendeu o status de anti-herói para herói: atua como membro de ligação entre os Vingadores e os Guardiões da Galáxia, dois grandes supergrupos da Marvel. E nesta fase escrita por Bendis, os Guardiões, com Venom/Flash, viajam até o planeta dos simbiontes, o que leva nós, leitores, a aprendermos muito mais sobre eles. É quase um cavalo-de-pau na mitologia do Venom apresentada até então...

Pedro Cirne é formado em jornalismo, desenhos e histórias em quadrinhos. É autor do romance “Venha me ver enquanto estou viva” e da graphic novel “Púrpura”, ilustrada por 17 artistas dos 8 países que falam português.