Coluna Hábito de Quadrinhos

Cinco dicas quadrinhos para dar de presente de Natal - ou para pedir...


20/12/2021 15h51

Sim, falta pouco para o Natal. E, se você for como eu, ainda não comprou nenhum presente – mas já devorou uma quantidade levemente exagerada de panetone...

Quis dedicar uma coluna a sugestões de presentes para os festejos natalinos. Como esta é uma área para falarmos sobre quadrinhos, não faria sentido dar sugestões como o uniforme do Flamengo – por mais lindo que seja, não cabe aqui.

Portanto, selecionei cinco ótimas sugestões de quadrinhos. Procurei criar um “menu” diversificado: temos humor, biografia, tiras, drama e terror/fantasia, ao mesmo tempo em que temos representantes da Europa, da Ásia, do Brasil, dos EUA longe das grandes editoras (Marvel/DC) e uma obra norte-americana mais voltada para o grande público (da minha querida DC Comics).

E, mais importante: feliz Natal para você e para quem ama! Sobrevivemos a mais um ano pandêmico, difícil e que parecia infinito. Que 2022 nos traga menos dor e muito mais amor.

"Asterix e a Transitálica", de Jean-Yves Ferri e Didier Conrad

A fabulosa dupla francesa René Goscinny e Albert Uderzo entrou para a história dos quadrinhos mundiais com as aventuras dos irredutíveis gauleses, liderados por Asterix e Obelix. Foram nada menos do que 24 álbuns, todos ótimos. Depois, Uderzo continuou sozinho, nem sempre alcançando a qualidade de antes, especialmente no roteiro.

O último livro de Asterix criado por Uderzo saiu em 2009. Aparentemente, a história acabaria ali... Mas quem consegue conter os irredutíveis gauleses? A dupla Ferri e Conrad assumiu em 2013 o manto de tocar a história de Asterix & Obelix. De lá para cá, já publicaram cinco álbuns – o mais recente, “Astérix et le Griffon”, saiu na França há dois meses.

Nós, leitores brasileiros, só tivemos acesso aos dois primeiros livros da fase de Ferri e Conrad. Felizmente, a coleção foi retomada no segundo semestre deste ano, com "Asterix e a Transitálica". E esta é a minha primeira dica de presente de hoje... Por Tutatis!

"Hokusai", de Shotaro Ishinomori

É tentador recomendar mangás longos e ótimos, como “Monster” ou “Death Note”. Mas... fica meio com cara de “presente pela metade” se não dermos a série completa, não?

Por isso, busquei um mangá de volume único – e ótima qualidade. É o caso de “Hokusai”, biografia em três volumes (reunidos aqui no Brasil em um tomo único) escrita e ilustrada pelo experiente mangaká Shotaro Ishinomori.

O personagem-título, o japonês Hokusai, foi um dos maiores artistas de todos os tempos. Além disso, foi levemente excêntrico – uma figuraça, em bom português. Ishinomori conta os momentos mais importantes da vida dele, inclusive a sua relação com a palavra “mangá” no sentido que conhecemos hoje.

E qual é essa relação, você me pergunta? Vou deixar que você descubra lendo o mangá 😉

"Manual do Minotauro", de Laerte

Engraçado, lírico, surpreendente. Experimental, fragmentado, nonsense. Filosófico, crítico, reflexivo.

As mais de 400 páginas de “Manual do Minotauro” trazem tiras e mais tiras de Laerte, tão diferentes entre si que poderíamos gastar uma boa quantidade de adjetivos tentando descrever este livrão. Em comum, as histórias trazem a qualidade incrível da Laerte – no roteiro, na arte, na criatividade de usar os elementos gráficos dos quadrinhos de uma maneira que vai te surpreender.

Se a pessoa que você vai presentear gosta de quadrinhos, você tem tudo para agradar com o “Manual do Minotauro”.

Rusty Brown”, de Chris Ware

O norte-americano Chris Ware é um dos artistas mais premiados do mundo - venceu o Grande Prêmio de Angoulême, na França, este ano, e 21 vezes o Eisner Awards, o Oscar dos quadrinhos norte-americanos, em diversas categorias.

“Rusty Brown” narra a história de um norte-americano comum, morador de Nebraska, e que tem o hobby de colecionar action figures. Entediante? Não da maneira como Ware narra – tudo com ele fica diferente, bonito, intenso – dos roteiros profundos à tipografia, da diagramação aos personagens. Ninguém ganha tantos e tão distintos prêmios à toa.

"Sandman", de Neil Gaiman e vários artistas

A Netflix vai lançar no ano que vem “Sandman”, série inspirada na premiadíssima HQ lançada entre 1989 e 96, com roteiro de Neil Gaiman. Mas esse não é o motivo por eu estar indicando este quadrinho aqui – é a desculpa esfarrapada. Qualquer momento é um bom momento para sugerir “Sandman”.

Criado em 1939, o Sandman da DC Comics era um super-herói mascarado que lembrava, em tudo e até demais, o Batman. Combatia o crime, tinha identidade secreta e um parceiro-mirim. Esquece. A série da qual estamos falando não tem nada disso.

O que Neil Gaiman fez foi pegar um nome – “Sandman”, claro – e criar um conceito completamente novo a partir dele. Por sete anos, a revista mensal entregou histórias surpreendentes de terror e fantasia, envolvendo mitologias, personagens reais, imaginação, lirismo, surrealismo... Trata-se de um dos pontos altos dos quadrinhos mundiais nos anos 90. Sim, vale a pena dar uma chance.

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