Fundação Padre Anchieta

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Reprodução/Instagram
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Se você é um usuário da Internet (e deve ser, considerando que essa coluna é 100% online), já deve ter sido atingido por um anúncio de alguém dançando na sua linha do tempo e um aviso para baixar um aplicativo de celular.

Não é por acaso.

Os aplicativos e plataformas de vídeos curtos e livestreaming são o novo ringue de disputa entre as grandes empresas digitais do planeta e cada novo usuário é sinônimo de mais dinheiro no caixa.

Com um modelo de negócio agressivo, onde paga-se dinheiro vivo para quem assiste e dinheiro vivo para quem publica os conteúdos, as plataformas se transformaram numa espécie de bancos do futuro, onde o dinheiro troca de mãos rapidamente em troca de tempo de vida dentro do seu ecossistema.

Mark Zuckerberg, fundador do Facebook e Instagram, percebeu que essa disputa com os aplicativos (especialmente os asiáticos) pode afetar seu lucrativo negócio e anunciou novas funcionalidades de monetização de conteúdo para suas plataformas.

O anúncio foi feito durante uma live no Instagram na última segunda (26), pelo próprio Mark, e diz que empresas poderão monetizar o tempo e a audiência de seus influenciadores, além de lançar, em breve, um marketplace para conectar pontas e facilitar o fechamento de negócios. Ele também está considerando novas funcionalidades de livecommerce para todos os usuários no Instagram, algo que tem atraído muita gente para as plataformas asiáticas do gênero.

Mark está com medo.

Plataformas como o TikTok e Kwai são agressivas na monetização de seus produtores de conteúdo. Fornecem ferramentas para monetizar transmissões ao vivo, fechar negócios com marcas por meio do marketplace do aplicativo e possuem recursos próprios através de financiamento interno para pagar "cachês" diretamente para os criadores que possuem as maiores audiências.

É um negócio bilionário.

Kwai vale US$ 220 bilhões.


Tiktok vale US$ 75 bilhões.


São valores ainda distantes dos US$ 620 milhões de valor de mercado do Facebook, mas que possuem um crescimento exponencial, algo muito diferente da estagnação e do envelhecimento de redes sociais baseadas em textos e fotos, como é o caso das ferramentas do Facebook.

A guerra pela atenção e pelos melhores talentos lembra um pouco as antigas disputas pelos apresentadores de TV, onde emissoras adiantavam muito dinheiro para manter dentro de sua grade um talento que garantisse audiência e abrisse espaços para os anúncios publicitários.

Outras plataformas também estão interessadas nesta disputa pelo tempo dos talentos, o YouTube, por exemplo, não gostaria de perder perfis que possuem milhões de visualizações diárias na plataforma e que rendem quantias milionárias com anúncios no início e durante os vídeos.

Para se ter uma ideia do tamanho desta nova economia, só no YouTube, um influenciador pode ganhar algo entre R$46 mil e R$744 mil reais por mês quando possui milhões de seguidores, como é o caso dos brasileiros como Whindersson Nunes e Felipe Neto, só para ficar em dois exemplos famosos.

O Snapchat também está na briga, investindo até US$ 1 milhão por dia para os influenciadores que publicam conteúdos populares em seu novo recurso, o Spotlight.

O mercado está aquecido, centenas de agências surgiram nos últimos meses para gerenciar a carreira de talentos que podem render milhões nas redes nos próximos meses.

Pessoas atuam como olheiros destas agências e passam os dias navegando nas redes e aplicativos procurando novas figuras com potencial para oferecer um contrato de exclusividade.

Quem serão os novos milionários da influência digital? Qual será a plataforma bilionária que vai ganhar a disputa pela audiência? Qual é o motivo de memes de gatinhos fazerem tanto sucesso?

Aguardemos cenas dos próximos capítulos.

João Ramirez é estrategista digital e especialista em livestreaming. Fez a 1ª transmissão ao vivo da história da Internet brasileira, em 1996, e está no Guinness Book of Records. Dirigiu milhares de programas ao vivo nos últimos 20 anos. É um entusiasta do futuro híbrido e um curioso sobre as tendências da nova economia digital.