As transformações digitais, fruto do impacto da Covid-19, não param de gerar novas tendências no mundo das comunicações e dos negócios.

A aceleração do comportamento digital e o uso intensivo da tecnologias para todas as atividades do dia a dia, do entretenimento à educação, acelerou a ampliação dos investimentos das marcas em publicidade online durante a pandemia, algo que deve se consolidar após a crise.

Segundo estudo do Interactive Advertising Bureau (IAB-Brasil), em parceria com a Nielsen, o digital será priorizado no budget das marcas e agências: 63% dos entrevistados que efetuam compra de mídia declaram que já investem mais da metade das verbas em plataformas digitais. Entre esse grupo, 20% afirmam que destinam ao digital 80% de todo seu budget.

A pesquisa foi realizada com 167 profissionais do setor, entre agências, anunciantes, veículos e outras empresas do segmento e foi realizada entre novembro e dezembro de 2020.

Entre as apostas de formatos, o streaming é disparado aquele que mais cresce em interesse: pulou de 4% no período anterior à pandemia para 23% de interesse para os investimentos nos próximos meses.

Faz sentido, considerando outra pesquisa recente, da Toluna, que mostra que nove em cada dez pessoas usam os serviços de streaming no Brasil, transformando as plataformas digitais em um novo paradigma da indústria audiovisual mundial.

Em relação à audiência, o conteúdo de vídeo online (considerando streaming, YouTube e sites) representa 13,1% da audiência dos televisores ligados no Brasil e se fosse uma emissora de TV, atingiria 6 pontos de audiência na média/dia, acima da segunda e terceira colocada no Ibope da TV aberta e praticamente empatada com toda a audiência somada da TV por assinatura.

São também as plataformas digitais que agora financiam a produção audiovisual, dos vídeos e lives nos canais de YouTube até filmes e séries de longa duração com grandes atores e milhões de pessoas acompanhando suas estreias onilne.

O streaming também abre portas para novas profissões que não existiam até pouco tempo atrás: streamers, técnicos, produtores de áudio e vídeo, roteiristas, diretores, etc. Se perde-se espaço nos meios tradicionais, ganha-se nas plataformas digitais.

Neste aspecto, é fundamental que os cursos de formação de profissionais sejam atualizados para os novos tempos e que novas escolas e cursos livres apareçam para dar conta de formar os talentos de um futuro híbrido.

Sem mão de obra qualificada, corremos o risco de ficar a pé na corrida do ouro do livestreaming.

João Ramirez é estrategista digital e especialista em livestreaming. Fez a 1ª transmissão ao vivo da história da Internet brasileira, em 1996, e está no Guinness Book of Records. Dirigiu milhares de programas ao vivo nos últimos 20 anos. É um entusiasta do mundo híbrido e acredita que o futuro agora é live.