Dois mil e vinte está sendo um ano peculiar. O ano das lives, o ano das redes sociais, o ano das relações virtuais. O ano da comunicação não presencial, o ano do trabalho remoto. Dia a dia, este ano nos exigiu ou permitiu aprender coisas novas: a usar este ou aquele aplicativo, a fazer download, a editar, a gravar, etc e mais etc. Demos aulas de dentro de nossas salas, quartos, varandas, cozinhas. Fizemos cursos à distância e nos profissionalizamos em casa. Dançamos assistindo shows de nossos artistas favoritos em nossos tablets, celulares ou smart TVs. Parece até filme de ficção científica! Mas não é. É a mais pura realidade!
Foi também o ano de questionamento em relação às artes, à cultura e à sociedade. E, destes três segmentos, quero enfatizar que a arte foi uma verdadeira curandeira no mundo todo. A arte e seus artistas superaram o isolamento e, com toda força, chegaram às pessoas trazendo entretenimento e cura; trazendo diversão e reflexão; trazendo relaxamento e informação. Museus virtuais, como o Covidart Museum, shows virtuais, teatro e dança online, drive-in, streaming... Enfim: a arte encontrou formas de chegar até nós.
E isso denota a importância da arte em nossas vidas! Não é à toa que um dos registros mais antigos de arte de que temos é a arte rupestre, que imprimiu nas paredes das cavernas o modo de viver de toda uma população primitiva. A arte sempre esteve e sempre estará presente em nós. A arte, nas suas mais variadas formas, é elemento fundamental para a vida humana. Um povo sem arte é um povo sem história e nós já temos nossa história, em contexto de isolamento social, estampada nos livros, nas telas de pinturas, nas telonas dos cinemas, nas letras de músicas e poesias, nos corpos que dançam.
Para citar apenas um de vários trabalhos significativos em meio à pandemia do coronavírus, temos o excelente documentário do artista Emicida, AmarElo, que traz a nossa história da música, da poesia e da sociedade com muita sensibilidade e verdade. Se você ainda não assistiu, corre lá na Netflix.
Sou bem suspeito pra falar de arte, eu sei. Afinal, minha vida é toda respaldada na arte. Quando me descobri artista, um novo mundo se abriu à minha frente e, sem querer, virei gente, cresci, amadureci, estudei, conheci, vivi e ainda vivo muitos aprendizados e muitas aventuras. Este ano, por exemplo, me aventurei a ser colunista deste site em que você me lê, montei um verdadeiro estúdio de áudio e vídeo em minha casa, dei vida ao meu canal no YouTube (Canal do Jon Faria), fiz amizade com mais de 300 mil inscritos no TikTok, falei sobre a arte da mandala e saúde no Instagram ao longo do Outubro Amarelo na campanha contra o suicídio.
Por que estou escrevendo tudo isso? Pra dizer que tudo na vida tem mais de um lado: para muitos a pandemia está sendo um desastre total, para outros há um lado bom em todas as coisas. Eu sou da tchurma que sempre busca um lado de luz, porque toda sombra é formada por uma luz. Aproveitei o isolamento para realizar muitas coisas que antes só estavam no plano do pensamento. Devo registrar que está sendo o período mais produtivo em toda minha vida.
Claro, que não sou um alienado fingindo que nada está acontecendo lá fora. Pelo contrário, tenho consciência do momento que estamos vivendo e, através das minhas ferramentas artísticas, procuro trazer um lado luz como referência àqueles que seguem meu trabalho desde o Quintal da Cultura.
Para finalizar, é importante enfatizar que não fazemos nada sozinhos, não somos ilhas. Este trabalho de escrever aqui é uma parceria minha com a atriz e apresentadora Helena Ritto – aliás, estamos sempre juntos em outros trabalhos também -, com assessoria da Juliana Ortega e apoio da equipe do Digital da TV Cultura.
Foi um enorme prazer fazer companhia pra você nesta coluna durante este ano e desejo que em 2021 estejamos juntos novamente falando de arte e cultura e compartilhando o que há de melhor em nós, não só no VIRTUAL mas, também, no PRESENCIAL.
Saúde, saúde e mais saúde!!!
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