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O Moskva era o principal navio de guerra da frota russa do Mar NegroAutoridades citadas pela mídia americana afirmam que Washington compartilhou com militares ucranianos informações sobre localização do navio Moskva antes de ataque. Embarcação era a principal da frota russa do Mar Negro.Autoridades americanas disseram que os EUA compartilharam informações de inteligência com a Ucrânia sobre a localização do cruzador antimísseis russo Moskva antes de um ataque que afundou o navio de guerra, afirmou a mídia americana nesta quinta-feira (05/05).

A embarcação afundou em meados de abril, marcando um significativo revés para a capacidade de fogo da Rússia nas águas ao sul da Ucrânia. Kiev disse ter atingido com mísseis o mais importante navio russo na região, enquanto Moscou afirmou que o naufrágio ocorreu após um incêndio a bordo. O Moskva foi o maior navio de guerra perdido durante um conflito desde a Segunda Guerra Mundial.

O ataque teria acontecido depois que forças ucranianas perguntaram aos americanos sobre um navio navegando no Mar Negro ao sul de Odessa, segundo disseram autoridades dos EUA à emissora NBC News, a primeira a noticiar a suposta ajuda da inteligência americana. Os Estados Unidos o teriam identificado, então, como o Moskva e ajudado a confirmar sua localização.

Segundo as autoridades citadas pela NBC, os EUA não estavam cientes de que a Ucrânia planejava atacar o Moskva.

Uma autoridade americana citada pela agência de notícias AP e que falou em condição de anonimato ressaltou que a Ucrânia decidiu por conta própria atacar e afundar a principal embarcação da frota russa do Mar Negro, com seus próprios mísseis antinavio do tipo Neptune.

Segundo o New York Times, dois altos funcionários americanos disseram que a Ucrânia já havia obtido por conta própria os dados do Moskva, e que os Estados Unidos apenas confirmaram, mas outras autoridades disseram que a inteligência americana foi crucial para o afundamento do navio pela Ucrânia.

À agência de notícias AFP, uma autoridade americana, que também falou em condição de anonimato, contestou os relatos divulgados pela mídia, afirmando que os EUA não "fornecem informações específicas sobre alvos".

A Casa Branca ainda não se manifestou sobre o assunto.

Morte de generais russos

A revelação sobre o papel da inteligência americana no afundamento do Moskva foi divulgada depois que uma reportagem do jornal The New York Times destacou o papel que a inteligência americana teria no apoio ao assassinato de generais russos pela Ucrânia.

O jornal afirmou, citando várias fontes militares, que "muitos" dos 12 generais russos mortos pelas forças ucranianas, segundo contagem de Kiev, foram localizados com a ajuda da inteligência dos EUA.

Mas o porta-voz do Pentágono, John Kirby, relativizou a notícia, sublinhando que as agências americanas "não fornecem informações sobre a localização de líderes militares de alto escalão no campo de batalha, nem participam das decisões de ataque dos militares ucranianos''.

"A Ucrânia combina informações que nós e outros parceiros fornecemos com as informações que eles mesmos estão coletando e depois tomam suas próprias decisões e ações", ressaltou Kirby.

O Conselho de Segurança Nacional dos EUA (NSC, na sigla em inglês) havia qualificado de "irresponsável" a alegação de que os EUA estariam ajudando a Ucrânia a matar generais russos.

"Os Estados Unidos fornecem informações sobre o campo de batalha para ajudar os ucranianos a defender seu país", disse a porta-voz do NSC Adrienne Watson à agência de notícias AFP, por e-mail. "Nós não fornecemos inteligência com a intenção de assassinar generais russos", acrescentou.

Na segunda-feira, o Pentágono disse oficialmente que o chefe do Estado-Maior russo, Valeri Gerasimov, visitou na semana passada a linha de frente na região de Donbass, no leste da Ucrânia, por "vários dias", sugerindo que comandantes militares russos de alta patente estão se aproximando das regiões de combate. Mas o Pentágono não confirmou os rumores de que Gerasimov tenha sido ferido.

md/lf (AFP, AP)