Promotoria da capital alemã abriu apuração contra o vocalista Till Lindemann após mulheres terem feito acusações contra o artista.O Ministério Público de Berlim abriu uma investigação por crimes sexuais contra o vocalista da banda alemã Rammstein, Till Lindemann. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (14/06) pela imprensa alemã, citando declaração da secretária de Justiça de Berlim, Felor Badenberg.
O Ministério Público considera haver uma suspeita inicial de crime após várias mulheres terem feito acusações graves contra o artista.
De acordo com a mídia alemã, a investigação visa apurar se houve crime sexual, nos termos de um artigo do código penal alemão sobre agressão sexual, coação sexual e estupro, e distribuição de narcóticos.
Conforme as acusações, jovens teriam sido recrutadas para participar de festas pós-show da banda. Segundo relatos de algumas delas, nessas ocasiões também teriam ocorrido atos sexuais e casos de violência e abuso. Algumas das jovens suspeitam terem sido dopadas e disseram que receberam bebidas alcoólicas e drogas ilegais gratuitamente nas festas, sem sequer terem sido questionadas sobre a idade, de acordo com uma das denúncias.
Na terça-feira – antes que a investigação se tornasse conhecida – a rádio Radioeins, de Berlim, anunciou que um programa mensal apresentado por Flake, tecladista da banda, foi temporariamente suspenso devido ao escândalo.
Como o escândalo começou
No começo deste mês, a emissora pública alemã NDR e o jornal Süddeutsche Zeitung publicaram uma reportagem com depoimentos de mais de uma dúzia de mulheres sugerindo a existência de um esquema para atrair mulheres para festas depois dos shows do Rammstein, que teriam sido escolhidas especificamente para fazer sexo com Lindemann.
A reportagem foi publicada após a repercussão de uma acusação feita em maio por uma mulher chamada Shelby Lynn, que mora na Irlanda e é fã da banda alemã. Ela viajou a Vilnius, capital da Lituânia, para assistir a um show do Rammstein. Lá, foi convidada para uma festa pós-show. Ela relatou que, no local, conheceu Lindemann, e que ele queria fazer sexo com ela. Lynn disse que Lindemann reagiu de forma muito agressiva quando ela recusou o convite.
Ela disse suspeitar que drogas tenham sido adicionadas a uma de suas bebidas, pois não se lembrava de parte da noite depois de tomar apenas dois drinques e uma dose de tequila. A moça afirmou que ficou com hematomas e teve vômitos por 24 horas após o show. Ela postou uma foto de seus ferimentos e registrou uma queixa.
Defesa do cantor ameaça agir contra acusadores
Na semana passada, a defesa de Till Lindemann refutou todas as acusações de agressão sexual e informou que pretende tomar medidas legais contra acusadores.
"Nas redes sociais, especialmente no Instagram, Twitter e YouTube, várias mulheres fizeram acusações graves contra nosso cliente. Por exemplo, foi repetidamente alegado que mulheres foram dopadas nos shows do Rammstein para permitir que nosso cliente praticasse atos sexuais com elas. Essas alegações são, sem exceção, falsas", diz nota divulgada pelos advogados do artista, Simon Bergman e Christian Schertz, sócios de um escritório de Berlim conhecido por representar personalidades públicas.
"Tomaremos medidas legais imediatas contra indivíduos por quaisquer alegações dessa natureza", continua a nota. "As alegações feitas foram disseminadas por vários meios de comunicação. Em um grande número de casos, isso levou a denúncias inadmissíveis de suspeitas. Eles não apenas falharam em pesquisar e coletar evidências suficientes, mas também violaram o requisito de relatar de maneira equilibrada e objetiva."
De acordo com o comunicado dos advogados, também serão instauradas ações judiciais imediatas contra os meios de comunicação que, segundo os advogados, violaram princípios de reportagem.
md/bl (DPA, ots)
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