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A janela que se abre neste episódio do Caixa Acústica é a do underground de São Paulo. O olhar é por uma fresta que revela outra faceta do cenário oitentista. Referenciada no Pós Punk Inglês a produção musical foi combustível para o surgimento de uma cena alternativa que caiu como uma luva na selva de pedra já por demais desvairada. Enquanto a juventude lotava clubes alternativos, vestindo-se com certa elegância e estilo, num composto de agressividade do coturno com o refinamento de um sobretudo, de um casaco londrino. Havia a trupe digamos, mais alinhada da alfaiataria de cintura alta e dos blasers com ombreiras de gosto um tanto duvidoso e o despojamento calculadamente distraído. A moda, sempre a moda.
Caía bem certa melancolia e introspecção, um toque junkie e questões existenciais nas letras e ao compor as canções. Como se os Beatniks aportassem numa Londres imaginária, o que pode ser ironicamente o toque mais brasileiro e criativo dessa cena. Esteticamente seria algo como um tétrico cabeçudo forjado nos trópicos.
Musicalmente falando, coisas muito legais foram gravadas incorporando elementos de outros estilos e gêneros. Fosse do Funk, do Punk, da New Wave, do Progressivo, do Jazz, ou qualquer subgênero, tudo pôde ser incorporado na linguagem Pós Punk, gerando uma porção de outras derivações estilísticas. Coisas do tipo Punk Funk ou Pós Rock, utilizadas, por exemplo, para tentar descrever o tipo de som feito pela banda Akira S E As Garotas Que Erraram, que abre o programa de hoje. Fellini, Smack, NAU, Agentss, Voluntários da Pátria e Violeta de Outono são outros nomes que compõem esse cenário musical. Ainda nesta edição temos os depoimentos de Thomas Pappon (Fellini e Voluntários da Pátria) e Edgard Scandurra, conhecido pelo Ira!, mas aqui falando sobre a Smack.
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