Fundação Padre Anchieta

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Ouça o álbum completo:


Mozart ainda morava em Salzburgo, mas sua residência fixa era mesmo a Europa na década de 1770. Ele ficou muito impressionado com a orquestra de Mannheim quando por lá passou. Este detalhe nos leva ao CD desta Semana, intitulado “Exército de Generais”. O álbum foca justamente a Orquestra da corte de Mannheim, no norte da Alemanha, que àquela altura não era um país politicamente constituído, mas um caldeirão de cerca de 300 cidades autônomas. Cada uma possuía sua orquestra.

Mas a de Mannheim extrapolou seu prestígio por todo o Continente. Quando encantou Mozart, estava no auge. Era a Filarmônica de Berlim daquele momento. O músico e historiador da música inglês Charles Burney, por exemplo, conhecido por suas viagens musicais pela Europa, ouviu-a em 1773, e decretou que ela era “merecidamente celebrada por todo o Continente”. Ao contrário das demais orquestras das cortes germânicas, a de Mannheim era conhecida como “orquestra” autônoma, e não como integrante da corte da cidade. Seu período dourado de excelência aconteceu entre 1748 e 1778, a serviço do eleitor Carl Theodor.

Você precisa saber destes detalhes para saborear o CD desta semana na Cultura FM, intitulado “Army of Generals”, ou seja, exército de generais. Ele leva o subtítulo “O mundo da orquestra da corte de Mannheim 1742-1778”. A Nova Orquestra de Mannheim, ou no original Das Neue Mannheimer Orchestra, regida por Anders Muskens, passeia por obras que a orquestra tocou naqueles 36 anos. Comparecem nomes pouco conhecidos, como Franz Ignaz Beck, Niccolò Jommelli e Carl Stamitz; e entre os mais conhecidos, Johann Christian Bach, o caçula dos 20 filhos do velho Johann Sebastian, apelidado de “o Bach londrino”, e, claro, Mozart, que se embasbacou quando conheceu a orquestra, tentou empregar-se lá, mas não conseguiu.

O cravista e fortepianista canadense Anders Muskens montou, em Haia, na Holanda, a Nova Orquestra de Mannheim com o objetivo de recapturar o espírito da música daquele período histórico, que girou em torno do final do barroco, o estilo galante, clássico e inícios do romantismo – dando preferência para os compositores da Escola de Mannheim. Todos tocam em instrumentos históricos ou réplicas fiéis, e de acordo com as melhores práticas da música historicamente informada.


A cada semana o crítico musical João Marcos Coelho apresenta aos ouvintes da Cultura FM as novidades e lançamentos nacionais e internacionais do universo da música erudita, jazz e música brasileira. CD da Semana vai ao ar de terça a sexta dentro da programação do Estação Cultura e Tarde Cultura.