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Que tal um passeio musical por lindas canções de amor concebidas ao longo de três séculos? Esta é a proposta do álbum “Idylle”, Idílio, da mezzo-soprano franco-italiana Lea Desandre, acompanhada apenas pela teorba de Thomas Dunford.

Antes de conhecermos as canções, uma palavra sobre a teorba, que, aliás, Henrique Autran Dourado, em seu dicionário que sempre cito e recomendo a vocês, prefere “tiorba”. Estamos falando de um instrumento de cordas dedilhadas que na Itália do Renascimento acompanhava cantores/cantoras. “A afinação das doze ou catorze ordens de cordas e os trastes sobre o braço guardam semelhanças com o alaúde”. Mas muito maior em tamanho, tem semelhanças com o Chitarrone.

Parte do fascínio do álbum deve-se, sem dúvida, às belas e amplas sonoridades da teorba. Outro tanto ao límpido timbre e precisão interpretativa de Lea Desandre. O melhor dos mundos completa-se com beleza e variedade do repertório. Passamos de uma canção de Michel Lambert ou Marc-Antoine Charpentier, dois compositores do século 17, para o século 20 com Reynaldo Hahn, Debussy e até Barbara, cantora e compositora pop francesa, que morreu há 26 anos.