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O violoncelista espanhol Pablo Ferrández, 34 anos, nascido em Madri, bolsista da Fundação Anne-Sophie Mutter e detentor de vários prêmios internacionais, acaba de lançar um álbum intitulado “Moonlight variations”, Variações ao Luar que tinha tudo para ser apenas uma coletânea de bombons. Afinal, está na moda – e também monetiza facilmente – construir álbuns que em comum só possuem o faro para melodias arquiconhecidas planeta afora.

Ele não disse isso em entrevistas, mas acredito que só topou gravar os bombons desde que também pudesse gravar uma obra mais substancial, desafiadora. É por isso que as excelentes “Variações Rococó”, de Tchaikovsky parecem peixe fora d’água rodeadas de melodias que em si não são ruins nem banais, mas se transformaram em moeda de troca dos músicos em busca de likes no streaming.

A luxuosa participação da Orquestra de Câmara Sueca conta com o dublê de um músico extraordinário, o clarinetista e regente Martin Fröst. Ele infelizmente cancelou sua vinda a São Paulo para solar, em setembro, ao lado da Osesp, a estreia latino-americana de “Passages”, do compositor suíço Michael Jarrell, co-encomenda da orquestra brasileira.