Sérgio Guizé encena distopia sobre futuro autoritário

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Em tempos de Inteligência Artificial, ascensão de regimes totalitários, avanços da clonagem genética e ampla exposição nas redes sociais, um homem não se reconhece diante do próprio clone. Ele é o personagem vivido por Sergio Guizé na peça “Perfeita!”, texto de Samir Yazbek que acaba de entrar em cartaz no Sesc Pinheiros.

Na trama, o comandante de defesa cibernética da fictícia província de Lusitânia quer se tornar mais potente diante dos opositores: estrangeiros excluídos que vêm ganhando força. A saída é a criação de um clone, teoricamente mais forte e eficiente. Mas o personagem não se reconhece na própria cópia e a rejeita, mergulhando em uma crise de identidade. A peça é uma distopia futurista que provoca o público a pensar na perda da humanidade, enquanto a sociedade se torna cada vez mais tecnológica.

Dirigido pela primeira vez por Ulysses Cruz, Sergio Guizé conta que a montagem conseguiu retirá-lo de um estado de letargia após a morte do pai. O ator chegou a perder 14 quilos durante o difícil período de luto. Ao iniciar a leitura do texto foi retomando a vontade de se comunicar, até ficar de pé novamente. “Usar da tecnologia para falar do humano foi o grande mote. E a peça também fala do pai. O maior exemplo de vida do personagem que eu interpreto foi o pai”, declara Guizé.

A temporada de “Perfeita!” vai até 24 de novembro, de quinta a sábado, às 21h, e aos domingos às 18h, no Sesc Pinheiros: Rua Paes Leme, 195.

O programa "Estação Cultura", com apresentação de Teca Lima, vai ao ar pela Rádio Cultura FM 103.3 FM. O programa é transmitido também no aplicativo Cultura Play.