Ouça a coluna de hoje na íntegra!
Na coluna desta quarta-feira (05), Atílio Bari reflete sobre o papel do figurante. O rosto sem nome que pode ditar o tom de uma cena no cinema, na televisão ou nos palcos, se torna o centro das atenções no novo espetáculo de Mateus Solano, em cartaz no Teatro Renaissance.
“O Figurante”, segundo o colunista, leva o extra para os holofotes: “Ele deixa de ser composição do cenário e passa a ser um personagem, ou melhor ainda, o protagonista (...) Ora ele será o porteiro de uma escola, ora um simples pedestre que atravessa a rua, ora um garçom dentre tantos numa festa. Mas ele, como tantos, tem sonhos, almeja algo mais, então ele cria, na solidão da sua quitinete, características físicas que, como mero integrante da multidão, nunca irá utilizar, diálogos que nunca dirá, gestos que não poderá fazer”.
Atílio também contempla, a partir do enredo da peça, a ânsia de se fazer visto em uma sociedade que se pauta em excesso e efemeridades: “Figurantes insatisfeitos (...) que se esforçam para se transformar em produtos midiáticos, em busca de aceitação pública, vivendo mais para os outros do que para si mesmos, na tentativa quase sempre inglória de sair do anonimato que os aflige”.
Atílio Bari é idealizador e apresentador (ao lado de Chris Maksud) do programa Persona, da TV Cultura, e também participa do "Estação Cultura", todas as quartas-feiras. A coluna aborda espetáculos de teatro, livros, outras formas de dramaturgia e assuntos da atualidade, que muitas vezes se aproximam da ficção.
O "Estação Cultura", com apresentação de Teca Lima, vai ao ar pela Rádio Cultura FM 103.3 e pelo aplicativo Cultura Play, de segunda a sexta-feira, às 10h.
*Estagiária sob supervisão da Redação.
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