O amor que não se apaga no espetáculo “Brilho Eterno”
Atílio Bari reflete sobre a importância da preservação da memória e a prevalência do amor
12/02/2025 12h00
Ouça a coluna de hoje!
Na coluna desta quarta-feira (12), o colunista Atílio Bari comenta o espetáculo “Brilho Eterno”, adaptação teatral do filme de 2004. A peça, estrelada por Reynaldo Gianecchini e Tainá Müller, conta a história de dois apaixonados que recorrem a uma empresa de apagamento de memórias para esquecerem um do outro. A narrativa abre espaço para uma reflexão sobre a importância da preservação da memória.
Atílio destaca o ritmo caótico e a narrativa não linear da obra, que faz o espectador duvidar do que está em cena: “Os fatos vão se sucedendo em cena sem se preocupar com a linearidade, como flashes, lampejos, sem uma ordem lógica ou temporal. Serão memórias ou estão acontecendo mesmo, naquele momento? Estamos vendo uma cena que é começo da história? Ou é o final, ou o meio? Ou não aconteceu?”.
O colunista também traça um paralelo entre a fictícia empresa que deleta memórias e as reais grandes companhias de tecnologia: “São cientistas arrogantes, patéticos, risíveis, que se vangloriam dos métodos tecnológicos da sua big tech, como pretensos controladores da capacidade do ser humano de codificar, armazenar e recuperar imagens, fatos, ideias e sentimentos. Mas que poder tem a ciência sobre o amor?”.
Atílio Bari é idealizador e apresentador (ao lado de Chris Maksud) do programa Persona, da TV Cultura, e também participa do "Estação Cultura", todas as quartas-feiras. A coluna aborda espetáculos de teatro, livros, outras formas de dramaturgia e assuntos da atualidade, que muitas vezes se aproximam da ficção.
O "Estação Cultura", com apresentação de Teca Lima, vai ao ar pela Rádio Cultura FM 103.3 e pelo aplicativo Cultura Play, de segunda a sexta-feira, às 10h.
*Estagiária sob supervisão da Redação.
REDES SOCIAIS